A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas coloca o Brasil no centro das negociações climáticas e abre oportunidades para inovação, financiamento e competitividade na indústria brasileira. A COP30 chega a Belém (PA), no coração da Amazônia, entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025, com uma agenda decisiva para acelerar a implementação do Acordo de Paris e ampliar a ambição climática.

Este evento mobiliza a atenção mundial de representantes de mais de 190 países, focando em discussões para diminuir as emissões de gases de efeito estufa e negociar acordos internacionais para enfrentamento das mudanças climáticas e suas consequências. 

É uma chance sem precedentes para posicionar o Brasil e sua indústria como líderes na transição global para uma economia verde e de baixo carbono.

Prioridades industriais

A COP30 é uma oportunidade para transformar meta em ação, ou seja, posicionar a indústria na transição para uma economia de baixo carbono, acessar financiamentos, reduzir riscos e abrir mercados. Para o setor produtivo fluminense, cinco temáticas são mais relevantes:

Mitigação: são medidas que reduzem as emissões de gases de efeito estufa ou ampliam os sumidouros de carbono, buscando limitar o aumento da temperatura média global a 2°C até o ano de 2100. Inclui ações como energias renováveis, eficiência energética, eletrificação, agricultura sustentável e combate ao desmatamento.

Adaptação: conjunto de ações que visam ajustar sociedades e ecossistemas aos efeitos atuais e futuros do clima, reduzindo vulnerabilidades e aproveitando oportunidades. No Rio de Janeiro, desafios incluem deslizamentos, enchentes, crises hídricas e ondas de calor que afetam principalmente populações vulneráveis.

Economia verde/transição justa: modelo de desenvolvimento que alia crescimento econômico à sustentabilidade ambiental e inclusão social. A transição justa busca garantir que trabalhadores e comunidades sejam apoiados na mudança para uma economia de baixo carbono, promovendo inovação, emprego verde e equidade.

Mercado de carbono: instrumento econômico que estimula a redução de emissões por meio da compra e venda de créditos de carbono. No Brasil, a Lei 15.042/2024 instituiu o mercado nacional, ainda a ser estruturado. O tema integra a agenda Propostas Firjan para um Brasil 4.0 e deve ganhar força com a COP30.

Financiamento climático: o enfrentamento às mudanças climáticas exige recursos financeiros robustos para ações de mitigação e adaptação. O financiamento climático, público ou privado, é essencial para transformar compromissos em ações concretas, sobretudo nos países em desenvolvimento. Estima-se que o mundo precisará investir cerca de US$ 6,3 trilhões anuais até 2030.

Sustentabilidade na prática

A Firjan é signatária do Pacto Global das Nações Unidas desde 2018, reafirmando seu compromisso em promover a sustentabilidade corporativa nas áreas de direitos humanos, trabalho, meio ambiente e anticorrupção. 

A Firjan inspira o setor privado para o desenvolvimento de Soluções Baseadas na Natureza, que promovem negócios de impacto socioambiental positivo e fortalecem a resiliência climática. Por meio da Firjan SENAI, são oferecidas consultorias em eficiência energética, auxiliando na redução de custos operacionais. Orienta as indústrias e realiza os inventários de gases de efeito estufa para identificar e reduzir emissões, além de desenvolver produtos e tecnologias voltados às áreas de ciência, tecnologia, pesquisa e desenvolvimento para a descarbonização.

A Firjan publica a Pesquisa ESG, avaliando o grau de maturidade das empresas e estimulando a adoção de práticas para melhorar a gestão, desempenho e impacto global. Publica também o Mapeamento dos Recicláveis Pós-Consumo no Estado do Rio de Janeiro, que aponta o potencial desperdiçado de mais de 2 milhões de toneladas anuais de resíduos recicláveis e seu impacto em emissões de gases de efeito estufa (GEE), contribuindo para o direcionamento de políticas públicas.

A Firjan reconhece e destaca, há mais de 10 anos, projetos bem-sucedidos em sustentabilidade por meio do Prêmio Firjan de Sustentabilidade, que abrange sete categorias, incluindo Mudança do Clima e Eficiência Energética.