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Na COP30 documentário “Quando a Água Baixar” é tema de roda de conversa na Firjan SENAI SESI Laranjeiras

Roda de conversa sobre o documentário “Quando a Água Baixar”

Roda de conversa sobre o documentário “Quando a Água Baixar”Foto: Paula Johas | Firjan

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Publicado em 04/12/2025 11:53  -  Atualizado em  04/12/2025 15:16

O Centro de Referência em Cinema e Audiovisual da Firjan SENAI SESI Laranjeiras promoveu, nesta quarta-feira (3/12), uma roda de conversa sobre o documentário “Quando a Água Baixar”, produção que retrata a maior operação de mobilização das federações das indústrias na reconstrução do Rio Grande do Sul após a catástrofe climática de 2024.

O encontro reuniu cerca de 20 participantes entre profissionais que trabalharam no filme e alunos envolvidos no processo de criação. A roda integra um projeto nacional de debates já realizado em diversos Departamentos Regionais do SESI. Fausto Augusto Júnior, presidente do Conselho Nacional do SESI, que idealizou a realização da roda de conversa como extensão do documentário, compartilhou com o público as origens do projeto e a experiência vivida durante a tragédia no Sul. “O Brasil é um país de muitas tragédias. E, como uma vai sucedendo a outra, a gente acaba se acostumando e esquecendo. Registrar é uma forma de resistir ao esquecimento”, destacou.

Ele lembrou que esteve no estado poucos dias depois da cheia, quando as águas começaram a baixar. “Cada casa tinha uma montanha de entulho na porta. Era o rescaldo da tragédia. A gente conversava com as pessoas, ouvindo relatos que nunca saíram no noticiário”, contou, citando histórias que marcaram a equipe e ajudaram a moldar o roteiro, como a da senhora que se recusava a sair de casa porque vivia com 32 cães. Também do morador de rua que encontrou no abrigo não apenas acolhimento, mas o resgate do próprio nome; e dos voluntários que enfrentaram semanas de exaustão para garantir assistência básica aos desabrigados.

“Essas histórias nos lembram que a catástrofe não é só número. Elas falam de gente. E o documentário precisava dar voz a quem não teria voz se nós não estivéssemos lá”, disse Fausto. Ele relatou que a decisão de transformar a operação de socorro num filme surgiu de uma conversa com a equipe logo após seu retorno de Porto Alegre. “A gente precisa contar essas histórias e entendemos que não podia ser apenas um relatório de prestação de contas. Como SESI, tínhamos a obrigação de aprender a contar nossas próprias histórias”, explicou. “Por isso fizemos questão de que o documentário fosse produzido por dentro do sistema, com gente nossa, formando nossos alunos e construindo nossa memória”, acrescentou.

Já o coordenador educacional da Firjan SENAI SESI Laranjeiras, Fernando Rezende, destacou a relevância pedagógica e humana do projeto.

“Tivemos a oportunidade de produzir registros de relatos de pessoas que estavam na linha de frente no Rio Grande do Sul. Foi um trabalho que uniu profissionais experientes e ex-alunos que hoje começam a atuar no mercado. É muito simbólico ver nossa escola contribuindo com algo tão necessário para a memória do país”, afirmou, ressaltando que a produção permitiu que talentos formados na própria unidade assinassem funções técnicas importantes, como som, atuação e montagem. “Queremos colaborar com o mercado, facilitar o ingresso dos alunos, mas também produzir algo à altura da importância daquele acontecimento”, acrescentou.

O documentário, realizado em parceria com a Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), já havia sido exibido anteriormente em Porto Alegre, Brasília e em Belém,  como parte da programação paralela à COP30. Para a equipe, revisitá-lo com alunos e integrantes da produção representa um fechamento significativo do ciclo. “É um momento de aprendizado. A roda de conversa permite que a gente pense sobre nossos fazeres, nossos direitos e sobre como o audiovisual tem força para registrar histórias que não podem ser esquecidas”, comentou Rezende.

O presidente do Conselho Nacional do SESI compartilhou ainda reflexões sobre cinema que lhe vieram à mente ao rever o filme ao lado dos estudantes. Ele citou o cineasta russo Andrei Tarkovsky: “o cinema é a arte de esculpir o tempo”, e Eduardo Coutinho, referência fundamental do documentário brasileiro. “O nosso cinema tem a obrigação de dar voz a quem não teve voz”, afirmou. “Por isso o documentário é assim: a entrevista boa é aquela em que a pessoa fala. A câmera empresta voz. É isso que fizemos”.

A produção mobilizou 29 integrantes. O mesmo número de voluntários que participaram da operação no Sul, incluindo colaboradores do CR Laranjeiras e ex-alunos. A atuação das federações das indústrias no estado resultou em R$ 65 milhões mobilizados, beneficiando mais de 80 municípios. Foram distribuídos 143 mil itens, realizados 420 mil atendimentos de saúde e garantidos equipamentos escolares para 8 mil alunos da rede pública.

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Da esq. para a dir.: presidente do Conselho Nacional do SESI Fausto Augusto Junior; Andre Costa Monteiro e Fernando Rezende da Firjan SENAI Laranjeiras
Foto: Paula Johas | Firjan


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