<img height="1" width="1" style="display:none;" alt="" src="https://px.ads.linkedin.com/collect/?pid=4124220&amp;fmt=gif">
Portal Sistema Firjan
menu

Notícias

Firjan

Aquário Casa Firjan avalia legado da COP30 e os desafios para a indústria

Antonio Carlos Vilela, 2º vice-presidente da Firjan CIRJ e presidente do Conselho de Energia Elétrica da Firjan (de pé)

Antonio Carlos Vilela, 2º vice-presidente da Firjan CIRJ e presidente do Conselho de Energia Elétrica da Firjan (de pé)Foto: Vinícius Magalhães

Tempo médio de leitura: ...calculando.

Publicado em 26/11/2025 12:23  -  Atualizado em  26/11/2025 14:27

A Casa Firjan realizou a 216ª edição do Aquário para discutir os caminhos do Brasil após a COP30, realizada em Belém. O encontro, nesta terça-feira (25/11), reuniu Victoria Santos, gerente de Energia e Indústria do Instituto Clima e Sociedade (iCS), e Davi Bomtempo, superintendente de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI. Aberto por Antonio Carlos Vilela, 2º vice-presidente da Firjan CIRJ, e mediado por Jorge Peron Mendes, gerente de Sustentabilidade da federação, foi mais uma ação da Firjan para promover informação qualificada sobre a agenda da conferência.

Acesse a página especial da Firjan sobre a COP30

Presidente do Conselho Empresarial de Energia Elétrica, Vilela destacou o momento vivido pelo país: “Vivenciamos todo o pré-COP30, a preparação, a escolha do local, e agora estamos no desfecho. Fica a pergunta: como saímos de Belém?". Ele enfatizou que não há contradição entre indústria e sustentabilidade. “Não existe empresário que faça negócio para destruir o meio ambiente. A economia precisa ser sustentável, e isso envolve comércio, turismo e indústria”, disse.

Peron ressaltou que “a COP não é um espaço de implementação, mas de negociação”, afirmou ele. “É onde se constroem consensos que depois se convertem em políticas, programas e ações concretas nos países.” Segundo ele, o papel do Brasil é estratégico e precisa ser reconhecido internamente: “Temos a tendência de olhar para fora e achar que as soluções de outros países valem mais, mas o Brasil é uma biopotência”.

Como mediador, Peron resumiu o espírito do encontro: “O pós-COP é o momento de transformar tudo isso em política pública, competitividade e oportunidades reais.” Para ele, a transição climática deixou de ser uma pauta restrita ao meio ambiente. “É hoje a agenda central de desenvolvimento. Quem não entender isso ficará para trás. Temos ativos genéticos, naturais, florestais, água, capacidade científica e produtiva. O desafio é transformar isso em desenvolvimento”, definiu.

Victoria Santos detalhou o trabalho do iCS, organização que apoia políticas climáticas desde 2015. Segundo ela, o instituto coordenou iniciativas nacionais e internacionais para ampliar a capacidade de atuação do Brasil. “É um trabalho que envolve criar integração entre o nível nacional e internacional, levando a Casa Civil, governos estaduais e parceiros globais a formar uma rede robusta dentro dessa agenda”, explicou. 

Ela relatou o esforço de coordenar prioridades, estudos, grupos de trabalho e articulações que envolveram empresas, governos, academia e sociedade civil. “Foi muito difícil encontrar aquelas prioridades que fariam o pêndulo girar. Foram 34 prioridades que tratam de 80% do movimento necessário. Foi um trabalho de alta complexidade e de muito consenso entre atores nacionais e internacionais.”

Victoria explicou que o momento agora é de “implementar as entregas importantes da COP para fazer essa agenda acontecer”. Ela também avaliou que a transição energética e a gestão climática não se limitam a carbono. “Falar de clima é falar de economia circular, bioeconomia, financiamento, geração de energia, eficiência, empregos e competências. É falar de sistemas alimentares, soluções baseadas na natureza e novos modelos produtivos.”

Davi Bomtempo complementou, destacando que as empresas já percebem de forma clara os impactos da agenda climática: “Além da reputação, há uma responsabilidade grande na cadeia produtiva”. Ele citou regulações nacionais e internacionais, padrões europeus, taxonomias, tendências de mercado e o papel crescente dos consumidores. “O consumidor quer saber como o produto foi feito, se a planta é eficiente energeticamente, se descarta resíduos de forma correta, se contempla bem-estar social. O preço também importa, mas já vemos mudança de comportamento.”

O representante da CNI ressaltou que eficiência energética é uma das pautas mais estratégicas. “É a forma mais barata de reduzir emissões e economizar energia. Precisamos dar mais prioridade a isso.” Ele também lembrou que a adaptação vem ganhando protagonismo. “A COP de Belém trouxe uma entrega muito relevante: a definição de 59 indicadores de adaptação, que vão guiar o monitoramento contínuo dessa agenda. Isso é essencial porque respeita as especificidades de cada país”, acrescentou.

Por fim, todos concordaram sobre a necessidade de se reduzir emissões absolutas de fósseis até 2040, defendendo uma combinação entre ciência e pragmatismo. Reconhecer soluções descarbonizantes específicas de cada território, já que o Brasil tem enorme potencial em biocombustíveis, biomassa, biometano e carvão vegetal sustentável. No entanto, ainda precisa romper a resistência internacional a essas soluções.

 
Para Empresas
Competitividade Empresarial Educação Qualidade de Vida