Em 2023, as regiões fluminenses, excluindo a capital, alcançaram US$ 25 bilhões em vendas internacionais, valor que representou 50% das exportações de todo estado, segundo o Boletim Rio Exporta, da Firjan. Já a participação nas importações foi de 73%, total de US$ 18,8 bilhões. Os municípios do estado, excluindo a cidade do Rio, acumularam uma corrente de comércio de US$ 43,7 bilhões, estável em relação ao ano anterior, com alta de 2%.

“O ano de 2023 foi fantástico para a balança comercial brasileira. Tivemos o maior valor da série histórica e a indústria fluminense se comportou também de maneira exemplar, muito puxada pelo petróleo. Demonstrou ainda a potencialidade de outras vocações da nossa economia, notadamente a cadeia industrial automotiva do Sul Fluminense, que é exemplo de outras cadeias que podem ser formadas no estado”, analisa Rodrigo Santiago, presidente do Conselho Empresarial de Relações Internacionais da Firjan.

“A corrente de comércio das regionais somou R$ 44 bilhões, o que mostra o crescimento e o desenvolvimento do comércio exterior fluminense, coerente com o que estamos acompanhando e do objetivo da Firjan que olha o estado como um todo e estimula o desenvolvimento das regiões”, analisa Giorgio Rossi, coordenador da Firjan Internacional.

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Tanguá destacou-se com alta de 17% nas exportações (US$ 15,8 milhões), devido ao aumento de 658% nas vendas de farinha, gorduras e óleos de peixes (US$ 3,2 milhões). Esse movimento vem dos embarques de cerca de 1 mil toneladas dos produtos por mês da empresa Patense. Dário Kitazono França, diretor comercial da indústria, conta que 2023 foi um ano de recorde de exportação na unidade “em função da diminuição da produção de peixe no Peru, devido a cotas de pesca menores. A oferta diminuiu e nós ocupamos o espaço”. A Patense exporta para 36 países, com destaque para o Oriente Médio e a Ásia.

A farinha, o óleo e a gordura de peixe vendidos pela Patense são usados na indústria de ração para salmões e trutas. As vendas de farinha representam 95% das exportações da empresa. A expectativa em 2024 é manter o ritmo de negócios de 2023. “Temos uma capacidade limitada da planta e a venda está atrelada a isso e aos negócios”, completa França. A indústria exerce um papel importante em Tanguá, gerando cerca de 2.200 empregos diretos.

Caxias e Região

Nas exportações em Caxias e Região (US$ 15,4 bilhões), apesar de a China (US$ 5,4 bilhões) manter a posição de principal parceiro, vale destacar o crescimento de 92% nos embarques para Singapura, sobretudo de óleos brutos de petróleo. Duque de Caxias (US$ 15,4 bilhões) permaneceu como o principal município exportador da região, além disso, Belford Roxo se destacou com alta de 8%. As vendas de petróleo e derivados concentram 99% das exportações na região, refletindo na queda de 16% nos valores registrados em 2023. Nas importações, os desembarques de Caxias e Região diminuíram 8%, pelo mesmo motivo.

Norte

Nas exportações, a Região Norte somou US$ 3,8 bilhões, aumento de 51%, devido à alta nas vendas de São João da Barra, via Porto do Açu. O município é responsável por 97% das exportações de óleos brutos de petróleo da região. Nas importações, as compras regionais aumentaram 42%, com produtos de alto valor agregado e preço médio acima de US$ 30. Conversores elétricos, máquinas e equipamentos são os principais produtos.

Serrana

Nas exportações, a Região teve alta de 67% nas vendas de turborreatores e outras turbinas a gás (US$ 355 milhões), com os EUA como principal destino. Petrópolis se destacou com uma variação positiva de 43%, alcançando US$ 561 milhões, que representa praticamente 100% das exportações da regional. As importações subiram 15%, tendo os EUA como principal origem.

Sul

Nas exportações da regional em 2023, Angra dos Reis se destacou com alta de 1000% nas vendas de máquinas e aparelhos mecânicos para a Suíça. Além disso, Resende (US$ 571 milhões) se manteve como principal município exportador da região, devido às vendas de automóveis para transporte de mercadorias e de passageiros. As compras da Região Sul avançaram 24%, crescimento de 228% nos desembarques de coques e semicoques, com peso grande do setor metalúrgico. Os cinco maiores mercados de origem da região tiveram alta: China, Colômbia, México, Austrália e Chile.

Centro-Norte

No total, as vendas internacionais da regional alcançaram US$ 4,4 milhões, destacando-se as exportações de Cadeados, fechaduras e ferrolhos (US$ 856 mil), com destino, principalmente, para a Bolívia. Houve alta de 22% nas vendas de Soutiens, cintas, espartilhos e suspensórios oriundas de Nova Friburgo (US$ 2,8 milhões). As importações de Nova Friburgo (US$ 7,6 milhões), cresceram 60% devido a desembarques de vinhos de uvas frescas chilenos.

Centro-Sul

Nas exportações, houve redução de 22% em relação a 2022, cenário que foi consequência da diminuição de 34% nas vendas de outras preparações de carne e de 27% nas de outras chapas e folhas de plástico. Por outro lado, destaca-se o aumento de 483% nos embarques de minérios de cobre, sobretudo para a China. O município de Três Rios concentrou 88% das importações da região, reflexo do crescimento dos desembarques de turbinas de aviões, em virtude da ampliação da planta da GE Aerospace instalada no município.

Noroeste

As exportações das empresas da Região Noroeste cresceram 27%, para US$ 325 mil, impulsionadas pela alta de 145% nas vendas de café de Varre-Sai, para o Uruguai. Já nas importações (US$ 2,5 milhões), houve retração de 28%, mas aumento de 276% nas compras de maçãs, peras e marmelos (US$ 326 mil) de Portugal, Argentina e Chile.

Nova Iguaçu e Região

Nova Iguaçu e Região registrou uma corrente de comércio de US$ 3,3 bilhões, 39% superior ao registrado em 2022. Nas exportações, cresceram 41% os embarques da região, com destaque para preparações capilares (Seropédica) além de granadas e munições, da Condor Tecnologias Não-Letais, de Nova Iguaçu. Nas importações, medicamentos e produtos de higiene bucal, do México, lideram a lista.

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