Impulsionar investimentos de infraestrutura na América Latina, e em especial, no Brasil, diante da transição energética foi o principal tema de análises dos participantes do Seminário Internacional da Associação Brasileira de Consultores de Engenharia (ABCE), que reuniu representantes do setor de países europeus e latino-americanos com autoridades do governo e empresários brasileiros, na quinta-feira, 21/03, no Centro de Convenções da Firjan, na sede da federação. Para Mauro Viegas, presidente do Conselho Empresarial de Infraestrutura da Firjan e um dos fundadores da ABCE, promotora do evento, o encontro é essencial à reflexão de aspectos fundamentais para a transição energética. Participaram do seminário 120 líderes da cadeia de valor da infraestrutura dos setores governamental, privado e associações setoriais.

“A intenção é gerar propostas e ideias sobre esses temas cruciais para o desenvolvimento da engenharia consultiva e para o crescimento do país. Por isso temos especialistas de áreas governamentais, além de estudiosos em infraestrutura do BNDES, da Fundação Getulio Vargas, entre outras instituições”, afirmou Viegas, que já presidiu a ABCE.

Henrique de Aragão, presidente da ABCE e presidente da Federação Panamericana de Associações de Consultores de Engenharia (Fepac), lembrou que a consultoria entra “quase sempre a reboque” das atividades de infraestrutura, embora seja fundamental no processo de descarbonização e emprego de equipamentos de despoluição. “É necessário estarmos junto de todos os players neste momento em que nos deparamos com novas tecnologias, criando um diálogo com quem traz a experiência internacional, fortalecendo a consultoria no Brasil”, disse Aragão.

Ricardo Gomes, ex-presidente da ABCE, enfatizou a importância da consultoria de engenharia diante da emergência climática, que exige ações imediatas. “O tema do seminário é a atualidade, a transição energética já começou e temos que trabalhar por seu aprimoramento”, comentou Gomes, enquanto Andrea Macera, secretária de Competitividade e Política Regulatória do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), destacava a necessidade de aprimorar marcos regulatórios para a aplicação dos investimentos em inovação estrutural. Até 2050, há previsão da ordem de R$ 8,6 trilhões em investimentos no Brasil.

“Como alternativa ao cenário de restrição econômica, é preciso adotar formas de financiamento e de garantia dos projetos de infraestrutura, com ampliação de acesso ao crédito. Também é preciso aprimorar marcos regulatórios de setores específicos estruturais, estimulando investimentos em, por exemplo, navegação hidroviária, que hoje aproveita menos da metade dos 42 mil quilômetros de vias navegáveis, representando apenas 5,3% da matriz de transportes brasileira”, declarou a secretária.

Leia também: 

Programas mundiais de descarbonização são apresentados em seminário internacional da ABCE na Firjan