As potencialidades do agronegócio fluminense e a atuação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para o desenvolvimento do setor foram tema da reunião do Conselho Empresarial de Agronegócios, Alimentos e Bebidas da Firjan (CEAAB) em 25/8. A reunião teve a presença do secretário de Política Agrícola do MAPA, o carioca, Guilherme Soria Bastos Filho, empresários e representantes de diversas instituições.
Apesar de possuir uma das principais economias e ser o segundo maior polo consumidor do País, o Rio de Janeiro está longe de ser um grande produtor de alimentos, como reforça Antonio Carlos Celles Cordeiro, presidente do CEAAB, diretor da Firjan e do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado do Rio de Janeiro (Sindlat).
Na cadeia do leite, por exemplo, aonde atua, o estado do Rio consome aproximadamente 2,8 bilhões de litros/ano de leite e derivados, mas produz cerca de 600 milhões de litros/ano na produção primária, o que faz com que a matéria-prima venha de outros estados. “O agronegócio é a estrela da economia brasileira, mas o Rio de Janeiro não tem um desempenho equivalente ao desenvolvimento nacional. Por isso, este conselho tenta analisar cenários e levantar proposições para reverter esse quadro”, explicou Celles Cordeiro.
O Rio de Janeiro é somente o 20º no ranking de estados que tiveram maior arrecadação bruta sobre a produção em julho, segundo o Ministério da Agricultura. Foram R$ 3,58 bilhões, o que representa somente 0,3% do total nacional que alcançou R$ 1,11 trilhão.
Apesar dos números não serem os mais altos, principalmente pelo tamanho do território do estado fluminense, o secretário Guilherme Bastos acredita que o Rio tem oportunidades interessantes que poderão ser destacadas. “O MAPA tem alguns desafios a cumprir, como ampliar a cadeia produtiva do leite, que também precisa ganhar uma política nacional de competitividade. A pesca e aquicultura também são nosso foco, já que o Rio tem uma área e uma geografia potencial para ser explorada com essas atividades”, disse Bastos, que ainda destacou o cinturão verde formado pelo plantio das hortaliças e verduras nas margens do Grande Rio e na Região Serrana.
Primeiro vice-presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano, lembrou que este é um conselho novo e cheio de desafios, com uma visão focada na cadeia produtiva como um todo e que busca avançar em questões que impactam o desenvolvimento do agronegócio do Rio de Janeiro. “As questões tributária e fiscal são pautas densas, mas que seguimos avançando. Há uma série de ações programadas para a próxima semana, mas foi importante saber como o Ministério da Agricultura tem olhado para o Rio de Janeiro e para o desenvolvimento do agronegócio no estado”, pontuou.
Bastos lembrou ainda da participação empresarial nas câmaras temáticas do MAPA. O Rio está presente em 33 grupos que pensam projetos e políticas públicas para os setores. “É aonde a gente consegue ouvir ideias, discutir políticas e fazer as correções necessárias”, disse. “É um importante espaço para levar questões e discutir demandas junto aos técnicos do ministério e desenhar projetos com nossos pares”, afirmou a empresária e conselheira doo CEAAB, Kátia Espírito Santo, que atua no segmento de cachaças premium e integra a câmara setorial de bebidas.
Estudo sobre vocações regionais
Durante a reunião, o presidente do CEAAB voltou a reafirmar a importância de um estudo capaz de mapear as vocações, potencialidades e avaliar a viabilidade econômica das cadeias produtivas nas diversas regiões fluminenses. Esta análise deverá ser iniciada ainda este ano através de uma parceria entre Firjan e a Federação da Agricultura do Estado do Rio de Janeiro (Faerj).