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Discurso de Luiz Césio Caetano na posse como novo presidente da Firjan e do CIRJ

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Publicado em 14/10/2024 14:09  -  Atualizado em  15/10/2024 16:02

Discurso de Luiz Césio Caetano, presidente da Firjan/CIRJ
Solenidade de posse da nova diretoria da Firjan e do CIRJ (2024-2028)
Vivo Rio | 14/10/2024

Boa tarde a todas e a todos!

Hoje é, sem dúvida, um dos dias mais importantes da minha vida. Tomar posse como presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, esta que é a primeira representação industrial constituída do país, é motivo de enorme alegria e orgulho. E sei também da grande responsabilidade que é estar à frente de uma instituição tão relevante. 

É com esse sentimento que me dirijo a vocês, que nos honram com sua presença, nessa data tão marcante. 

Começo minhas palavras agradecendo ao apoio e dedicação de minha família. Minha esposa, Kátia, e meus filhos, Luiz Césio Filho, a Priscila e o Thiago, in memorian, foram inestimáveis em minha carreira e fundamentais para que eu chegasse ao dia de hoje.

Agradeço aos companheiros presidentes de sindicatos e dirigentes industriais que integram esta diretoria empossada para exercer comigo este mandato pelos próximos quatro anos. 

Também agradeço aos colaboradores e todo corpo técnico do Sistema Firjan - Firjan SENAI, Firjan SESI, Firjan CIRJ e Firjan IEL –, os quais admiro muito pela capacidade e dedicação. Em reconhecimento, fiz questão que vocês participassem desse momento importante da nossa instituição e, por isso, essa cerimônia está sendo transmitida ao vivo para todos vocês. 

E agradeço ao presidente Eduardo pela confiança ao apoiar minha candidatura. Considero uma honra nosso convívio de quase 30 anos na Firjan. Ao iniciar minha gestão, recebo em minhas mãos um precioso bastão, entregue por alguém que dedicou sua vida a uma casa que tanto amamos. 

Eduardo, muito obrigado por todo seu trabalho à frente da Firjan e por toda dedicação ao desenvolvimento da nossa indústria, da nossa sociedade, do nosso estado, do nosso país. É uma grande honra assumir este legado.

Minha história na indústria teve início em 1970 quando, aos 20 anos, estudante de engenharia mecânica na Universidade Federal do Rio de Janeiro, fui estagiário na Sal Cisne.

Depois de formado atuei em outras indústrias até que, em 1984, fui convidado a assumir o posto de diretor industrial da Sal Cisne. Tive a honra de substituir meu saudoso pai, falecido precocemente. Estou na companhia até hoje, como diretor corporativo e acionista.

Em 1997, iniciei minha carreira de dirigente sindical, ao assumir a presidência do Sindicato da Indústria de Refinação e Moagem de Sal do Estado do Rio de Janeiro, o Sindisal. Neste mesmo ano, comecei minha trajetória na Firjan, no conselho regional da Firjan Leste Fluminense, primeiro como dirigente industrial, pela Sal Cisne, depois como membro nato, pelo Sindisal. 

A partir de 2001 passei por todas as instâncias na diretoria. Fui de diretor a primeiro vice-presidente. Presidi o Conselho da Firjan Leste Fluminense entre 2005 e 2022. Integrei conselhos empresariais, como o de Responsabilidade Social, de Economia, e de Agronegócios, Alimentos e Bebidas, além de liderar iniciativas que julgo de grande relevância para a indústria. 

Entre muitas, destaco duas: 

•    os trabalhos que resultaram no Projeto Firjan da Pequena Empresa, Firjan_PEQ, um portal inteiramente voltado para pequenos e microempreendedores – os maiores geradores de emprego no Brasil e no mundo.

•    a liderança do Grupo de Trabalho Empresarial que elaborou as Propostas Firjan para um Brasil 4.0, com proposições de abrangência nacional e estadual para elevar a produtividade da indústria.

Quando o Governo Federal anunciou, este ano, sua política industrial, a Nova Indústria Brasil, constatamos que ela tinha muito em comum com a nossa Agenda. Sessenta por cento das propostas da NIB eram convergentes com nosso documento.

Não podia ser diferente. 

A Agenda 4.0 foi construída com a participação ativa de industriais de diversos setores e regiões do estado do Rio, que sentem na realidade do dia a dia os enormes desafios que enfrentamos para elevar a competitividade empresarial e promover o crescimento econômico. É, portanto, uma contribuição do empresariado fluminense ao planejamento de políticas públicas para os governos estadual e federal. 

Como diretor da Confederação Nacional da Indústria, eleito em 2023, e onde também sou vice-presidente do Conselho Temático da Micro, Pequena e Média Empresa, participo do Grupo de Trabalho de Combate ao Brasil Ilegal. Este, aliás, criado por sugestão da Firjan.

Nesses quase 30 anos de Firjan, constatei que os desafios se multiplicaram. E o grupo de trabalho do Brasil Ilegal, por exemplo, comprova isso. 

O mapeamento das atividades ilegais revelou em números o impacto negativo para o estado e o país. Um descalabro. Mas também afirmamos: é possível superar e vencer esse grande obstáculo ao avanço econômico e social, com ações coordenadas, que reúnam os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, em comunhão dos níveis federal, estaduais e municipais. 

O cenário desafiador é interno e externo. 

A experiência da pandemia de Covid-19, que afetou todos nós num passado recente, deixou ainda mais evidente que o mundo hiper conectado aumenta a complexidade dos problemas e das soluções. E exige mais agilidade de pensamento e ação, mais capacidade de adaptação a uma realidade de mudanças permanentes, mais criatividade para imaginarmos, projetarmos e construirmos futuros possíveis.

Promover encadeamentos produtivos locais pode contribuir para diminuir a dependência de cadeias globais, cada vez mais afetadas por conflitos em escala mundial como os que vivemos neste momento. A tensão crescente no Oriente Médio, a guerra duradoura entre Rússia e Ucrânia, a guerra comercial entre Estados Unidos e China, para falar apenas de algumas, são questões que impactam o mercado internacional, as atividades econômicas, os nossos negócios. 

A proximidade das eleições nos Estados Unidos, agora em novembro, e as incertezas sobre as políticas econômicas que serão adotadas por lá afetam mercados financeiros, a confiança dos investidores, as decisões de negócios, com reflexo no nosso mercado. 

Enfrentamos uma crise climática sem precedentes, que acendeu no mundo todo o alerta para a responsabilidade das decisões que tomamos no dia a dia, determinantes para a construção de um mundo mais sustentável. 

Sem falar dos deslocamentos humanos que testemunhamos em proporções jamais vistas, criando uma população de refugiados, forçados a sair de seus países por motivos variados e procurar abrigo em outros, como o nosso, em busca de melhores oportunidades de vida. 

É com esse contexto complexo que temos que lidar. 

Ao longo dos anos, a Firjan acumulou expertise e conquistou peso institucional que nos habilita e, mais que isso, nos convoca, instiga e obriga a pensar e agir considerando esse contexto global. Temos toda capacidade e potencial para estarmos entre os que propõem caminhos de mais prosperidade, mais inclusão, mais desenvolvimento. 

Somos uma entidade representativa da indústria de todo o Estado do Rio, com representações em todas as regiões do território fluminense. 

Nossa Federação é reconhecida como uma das mais relevantes instituições de representação empresarial do país. 

E, em consonância com a CNI, sob a liderança do presidente Alban, temos cada vez mais compartilhado posicionamentos construídos a partir de ampla participação e consenso de nossos empresários e forte base técnica. 

Isso só reforça o papel imprescindível da indústria no desenvolvimento do país.

A Firjan desfruta hoje de uma credibilidade que extrapola as fronteiras do Rio de Janeiro e, ouso dizer, do Brasil.

E olhando para o futuro, e tudo o que esta nova diretoria terá pela frente, vejo nossa Federação em um momento muito especial.

Estamos mais fortes para seguir como protagonistas em questões de interesse nacional, como o combate ao Brasil Ilegal.

Mais fortes para atuar como indutores de inovação para a nossa indústria, por meio de nossa rede de Institutos de Tecnologia e Inovação e da Casa Firjan.

Mais fortes para oferecer qualificação da mão-de-obra, através da Firjan SENAI, e capacitação de líderes empresariais, através da Firjan IEL.

Mais fortes para estimular a imersão internacional de nossos associados, valorizando nosso corpo sindical, e ampliar acesso a novos mercados e negócios.

Mais fortes para desenvolver ações em educação, como no combate à evasão no Ensino Médio, uma tragédia silenciosa, e em cultura, para a melhor formação do trabalhador da indústria, através da Firjan SESI.

Mais fortes para desenvolver ações a partir de nosso programa de Diversidade, Equidade e Inclusão.

Mais fortes para promover a interlocução e a integração da indústria para elevar a produtividade e a competitividade das empresas, por meio da Firjan CIRJ. 

E mais fortes para ampliar a nossa articulação com as demais instituições do Estado – não apenas com entidades empresariais, mas também categorias profissionais diretamente ligadas ao setor industrial.

É imprescindível a participação das lideranças empresariais e instituições da sociedade civil no debate e ações voltados para a construção de um ambiente de negócios adequado à prosperidade duradoura. 

E, no meu mandato, a Firjan vai atuar com o objetivo de oferecer uma contribuição ainda maior neste sentido, avançando, por exemplo, no estímulo à adoção de práticas ESG nas estratégias de negócios. 

Essa é uma agenda de transformação necessária para as empresas, capaz de garantir desenvolvimento sustentável e melhorar a competitividade das indústrias no cenário global.

Com esta eleição tivemos a chegada de novas lideranças sindicais, inclusive de regiões do nosso interior do Estado, o que resulta em novos olhares. 

A diretoria também teve um aumento expressivo na participação feminina, o que acrescenta o importante diferencial da diversidade.

A atuação de nossos conselhos empresariais, levando as demandas da indústria à diretoria, será ainda maior. 

Acabamos de fazer uma ampla escuta com os integrantes das diretorias eleitas da Firjan e do CIRJ. Houve uma adesão expressiva – e por isso agradeço a participação de todos para tornar a atuação da Firjan ainda mais relevante. 

Considero a contribuição da nova diretoria inestimável. Além de reforçar minha convicção de que temos que estar bastante atentos à nossa base empresarial, confirmou minha percepção do fortalecimento da Firjan.  

Em consonância com os anseios dos nossos empresários, aqui destaco os eixos principais da atuação deste mandato em prol do aumento da produtividade de nossa indústria e do desenvolvimento socioeconômico de nosso Estado e do nosso país: 

É preciso uma gestão pública eficiente, com responsabilidade fiscal. O Estado precisa de reformas estruturantes, como a Administrativa, que trará mais racionalidade para o gasto com pessoal, dando mais flexibilidade ao orçamento para que o setor público se adapte às mudanças na economia. É necessário um ambiente de negócios previsível e estável, em que se tenha segurança para tomar decisões de investimento.

O surgimento e o avanço acelerado de tecnologias disruptivas, como a Inteligência Artificial, colocam pressão constante sobre a indústria, criam novas exigências profissionais e questões que nos desafiam, como as novas relações de trabalho. A digitalização da produção exige mão de obra qualificada. Vemos isso no mundo todo, na prática, como confirmam nossas imersões internacionais. Formar, atrair e reter mão de obra de qualidade é um importante caminho para o país elevar sua produtividade e crescer de maneira sustentável.

É preciso investir na transição, integração e eficiência energética: é uma questão estratégica e de segurança. A energia está no centro da reindustrialização do país. Vamos precisar cada vez mais de energia renovável e não renovável. Não podemos desperdiçar o potencial do gás natural, importante elemento de transição nos processos de contínua descarbonização da economia. E é preciso haver regras claras que tragam segurança jurídica para atrair investidores e gerar emprego e renda

E, deixemos claro: o Rio de Janeiro precisa enfrentar com urgência problemas de infraestrutura e segurança pública que impactam cidadãos e empresas. O domínio territorial pelos criminosos é uma doença e os sintomas são sentidos por todos nós. Para que o Estado do Rio assuma plenamente seu potencial de principal hub logístico do País e traga mais desenvolvimento é fundamental mais segurança e investimento em vias estratégicas, e valorização de nossos portos e aeroportos.

O Estado do Rio de Janeiro precisa ser um lugar melhor para se fazer negócios. 

Vamos trabalhar para contribuir no enfrentamento a essas questões, sempre atuando de forma efetiva e incansável pela defesa de interesses da nossa indústria, numa Firjan ainda mais ágil, dinâmica, participativa, propositiva e inovadora.

Outra agenda da maior importância acontecerá dentro de três anos. Refiro-me à comemoração dos 200 anos de criação da Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional (SAIN), em 1827, de onde se originou a Firjan

Será uma grande honra presidir a Federação em seu bicentenário, garantindo que ela se mantenha ainda mais relevante pelos próximos anos, quando vão nos suceder aqueles que ainda nem nasceram. 

É com esse futuro que também dialogamos hoje, para que as gerações que virão recebam de nós uma instituição ainda mais capaz de contribuir para um país e um mundo melhor. 

Encerrando minhas palavras, gostaria de destacar que me considero um otimista. Cultivo o hábito de ter uma agenda anual em papel onde sempre escrevo, a cada 1º de janeiro: 

“É sempre possível melhorar”.

E sou apaixonado por desafios. Um dia cismei que poderia ser piloto de planador, consegui o brevê e realizei voos. 

A ousadia e o senso de responsabilidade, características dos pilotos, se mantêm em mim. E a partir de hoje, com vocês, companheiros e companheiras da nova diretoria agora empossada, empresários, empresárias, colaboradores e colaboradoras, vamos levar a Firjan a voos cada mais altos!

Muito obrigado!

 
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