No ano da Conferência Mundial do Clima (COP 26) e em que a pandemia acelerou ainda mais as transformações digitais que refletiram na sociedade como um todo, o Laboratório de Tendências da Casa Firjan divulga o relatório das Macrotendências para o biênio 2022/23.
A integração ainda maior entre os espaços físicos e digitais, as mudanças significativas no mundo do trabalho e a crise climática estão entre os elementos constituintes dos cenários de futuros possíveis mapeados pela equipe de pesquisadores. “A escassez na cadeia de suprimentos, que vai durar ainda alguns anos, norteia a vertente da urgência. Esse impacto na logística vai fazer com que muitos setores e governos tenham que repensar o abastecimento”, avalia Carol Fernandes, coordenadora do Lab de Tendências.
Diante das inseguranças que se apresentam, a tecnologia, outra vertente de mudança junto à escassez, é apontada como uma possibilitadora de grandes mudanças. “Entre os principais cenários, está a CyberTopia, que compreende a tecnologia em um mundo descentralizado. Um dos exemplos são as mudanças ocorridas no setor financeiro, envolvendo a blockchain, as criptomoedas e os NFTs”, explica Isabela Petrosillo, pesquisadora de Tendências. Será preciso melhorar a regulação e a ética nesses setores. A disseminação de espaços híbridos, que envolvem a conexão entre o físico e o digital de maneira mais integrada, é um dos sinais de ruptura dessa macrotendência.
A crise climática vai permear várias ações. A macrotendência chamada AlterMundo vai lidar com a tecnologia voltada para a manutenção de um mundo habitável. Já a Economia Verde pressupõe que as pessoas serão consumidoras mais conscientes, que demandarão uma postura sustentável das empresas em relação a produtos e serviços. As indústrias, por sua vez, passarão a informar mais o nível de impacto de sua produção, enquanto a descarbonização e outras ações ligadas ao mercado do clima estarão cada vez mais presentes, na avaliação dos pesquisadores.
Na sociedade, poderemos observar um crescimento de reúso de produtos. Grandes redes já estão oferecendo produtos de segunda mão nos seus sites. “As pessoas estão mais preocupadas com o lixo que geram, assim como com a eficiência energética e a renovação de energia. Vemos prédios autossuficientes e ambientes com regulações térmicas mais eficientes”, pontua Carol. Como manter o mundo possível e habitável, não só para esta geração mas para as futuras, é um dos questionamentos que o relatório traz.
A terceira e última macrotendência, PluriDiverso, pensa a tecnologia como ferramenta de revisão da performance, corroborando com o assunto central do evento. Ela é uma resposta aos dois cenários anteriores, pensando em como a tecnologia pode trazer grandes mudanças para o mundo, mas dando ênfase a decisões que se pautam na equidade, trazendo maior inclusão e equilíbrio.
Esse cenário trata de novas etiquetas para as relações nos espaços digitais, a reinvindicação de novos vínculos de trabalho e do conceito de Logística Afetiva.
Aqui se analisa como as pessoas mudaram as vidas com a pandemia e agora estão revendo questões de qualidade de vida e renegociando relações de trabalho. “Elas se recolheram, adotaram cães, foram morar com as famílias. Essa mudança precisará ser gradativa”, analisa Carol. A preservação da saúde mental tem a ver com esses novos caminhos.
Nos três dias de Summit Firjan IEL + Futuros Possíveis 2021, as novas tendências foram debatidas e apresentadas em palestras, oficinas e na imersão. Para assistir às palestras, acesse: https://summitefuturospossiveis.casafirjan.com.br/
