Total de uma tonelada por ano de resíduos sólidos evitados e seis toneladas/ano de resíduos sólidos reciclados. Esse é o balanço do Projeto Síntese, realizado por estudantes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), no campus regional de Resende, no Sul Fluminense. A iniciativa foi uma das cinco vencedoras do Prêmio Firjan Ambiental 2021. “O propósito é fazer o reconhecimento e a valorização de ações que o setor produtivo realiza em prol do desenvolvimento sustentável. Esse prêmio terá sua nona edição em 2022”, avalia Jorge Peron Mendes, gerente de Sustentabilidade da Firjan.
A ideia do projeto que venceu na categoria Resíduos Sólidos surgiu, em 2018, pela vontade de alunos de Engenharia Química da Faculdade de Tecnologia (FAT). Eles queriam desenvolver pesquisas e inovações tecnológicas para integrar o campus da universidade ao polo industrial de Resende e à comunidade do Sul Fluminense. “Os alunos já tinham formação em economia circular. Usaram materiais de descarte encontrados na região do campus, como bobinas das indústrias e caixas de papelão. Os materiais foram separados e usados como matéria-prima em projetos. O plástico serve para produção de filamentos para impressora 3D. Há ainda aplicações de vidro, papel, a produção de biogás e de biometano, a partir de recicláveis”, explica Carin Von Mühlen, professora do Departamento de Química e Ambiental da FAT/Uerj e coordenadora do Síntese.
Peron salienta que esse projeto não é de natureza industrial: “Isso mostra uma amplitude grande da premiação, que reconhece também iniciativas não empresariais. É uma materialização do campus de Resende na gestão de resíduos sólidos recicláveis. O grupo expôs coletores adequados, promoveu a educação ambiental e a comunicação visual. Mas também buscou executar a destinação sustentável para o resíduo coletado. Há uma abordagem ESG muito aderente, com aspectos ambientais, sociais, econômicos e de governança”.
Ganhar o Prêmio Firjan incentivou o grupo a se inscrever em um novo concurso: o Inova-san, promovido pela Nissan. “Já fomos classificados para a segunda fase. É uma iniciativa de inovação para criação de startups. São dois subprojetos: um vai levar sistemas de consultoria ambiental para escolas; e o outro, transformar resíduo de borracha de pneu em bolsas. Essa startup visa ajudar mulheres em situação de vulnerabilidade social”, detalha Carin. A professora conta também que o prêmio tem ajudado os alunos a conseguirem bons empregos e estágios.
Até agora, 16 famílias foram auxiliadas com a destinação da coleta seletiva e 16 profissionais e 800 estudantes do campus foram capacitados. Três empresas, inclusive startups, participam das ações do projeto. Foram coletadas ainda duas toneladas de resíduos especiais externos ao campus (eletrônicos, baterias, etc). O volume de óleo de cozinha recolhido chegou a 100 litros e foram desenvolvidos três biorreatores.
O Prêmio Firjan Ambiental 2021 elegeu os melhores projetos socioambientais de empresas e instituições do setor produtivo, em cinco categorias: Água e Efluentes, Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos, Mudança do Clima e Eficiência Energética, Resíduos Sólidos e Relação com Partes Interessadas.
Reveja a cerimônia do Prêmio:
