Cerca de 40% dos consumidores reconhecem e valorizam as empresas que se preocupam com um futuro sustentável, que enfrentam de frente a diversidade e os problemas sociais. "E essa geração tem forte presença no mundo corporativo, do universo de poupadores e investidores, e de eleitores”, afirmou Jorge Peron, gerente de Sustentabilidade na Firjan, que mediou o Aquário Casa Firjan, em 01/07. O evento reuniu especialistas para discutir como fazer a gestão ESG (critérios ambientais, sociais e de governança) em toda a cadeia de valor.
Na Coca-Cola, ESG é sinônimo de longevidade e perenidade do negócio. Quem garante é Andréa Mota, diretora de Sustentabilidade para a América Latina da empresa. “Fazemos escolhas difíceis para garantir a preservação da natureza, como a água, que é nossa principal matéria-prima. No caso das embalagens, a meta até 2030 é reciclar 100%”, contou. A multinacional pode escolher comprar o guaraná de um grande produtor ou de uma comunidade do interior do Amazonas. “Neste caso, os ajudamos a se capacitar. Isso tem um custo, que tentamos traduzir em valor. Se acontece alguma coisa com um fornecedor da cadeia, não posso mais dizer que não é problema meu. É responsabilidade nossa”.
Maya Colombani, diretora de Sustentabilidade e Direitos Humanos na L'Oréal Brasil, acredita que o jeito que a gente consome, precisa ser mudado. “Para transformar toda a cadeia de valor levaria 10 anos”, disse. Quando a L’Oréal cria um shampoo, existe uma área que mede o impacto social e ambiental. Para ser sustentável, a empresa precisa do engajamento dos fornecedores e distribuidores. “Às vezes, a inovação vem de um fornecedor, como a Engie, que nos convidou para uma parceria na área de energia e as nossas plantas passaram a utilizar 100% de energia renovável”.
“Para a Engie, os critérios ESG são mais que estratégicos. Fazemos investimentos de R$ 30 milhões por ano para a preservação de nascentes. Buscamos uma economia Net Zero Carbono. Nossa meta até 2030 é reduzir 45 milhões de toneladas por ano de emissão de CO2 equivalente dos nossos clientes no mundo, o dobro da meta atual”, revelou Roberta Vidor, gerente Corporativa de Suprimentos na Engie Brasil. A empresa estimula os fornecedores de pequeno porte a se qualificarem no contexto de sustentabilidade e inclusão social. Há ainda um programa de descarbonização da cadeia de fornecedores.
Já para Raíssa Tavares, gerente de Sustentabilidade e Assuntos Regulatórios na Assessa, o conceito de preservar o meio ambiente é intrínseco. “Precisamos que a natureza seja renovada para que o nosso negócio perdure”. A empresa carioca, que vende para 26 países, é especializada em inovação em matérias-primas naturais para a cadeia de cosméticos. A Assessa usa a economia circular, aproveitando resíduos do ramo alimentício. Na nova fábrica, serão aplicadas soluções de reúso de água e estação de tratamento de esgoto própria, além de painéis solares e de acessibilidade para cadeirantes. “Avaliamos nossos fornecedores com critérios ESG e somos avaliados pelos nossos clientes. Nessa dinâmica, descobrimos em que precisamos melhorar”.
Para assistir a essa edição do Aquário, acesse aqui.