Após cinco meses de fraco desempenho, a produção industrial nacional avançou 1,2% em março de 2025. No entanto, a indústria encerrou o primeiro trimestre praticamente estável (+0,1%) em relação ao trimestre imediatamente anterior, evidenciando a fragilidade da atividade industrial. Embora fatores pontuais possam ter influenciado esse desempenho, ele ocorre em um contexto de manutenção dos juros em patamar elevado, o que restringe o crédito, encarece os investimentos e limita a produção, aponta a Firjan.
A combinação de um ambiente interno e externo marcado por incertezas tem contribuído para a queda da confiança do empresário industrial, que atingiu o menor nível desde 2020. No cenário doméstico, o aumento contínuo das despesas obrigatórias amplia a percepção de risco fiscal, pressiona o câmbio e eleva os custos para a indústria. No cenário internacional, tensões comerciais e disputas tarifárias intensificam a instabilidade, dificultando a tomada de decisões empresariais e comprometendo investimentos.
“Diante desse contexto, a Firjan reforça que a consolidação fiscal é elemento central para a recuperação da confiança e da capacidade de investimento no país. Sem isso, será difícil reduzir a percepção de risco, o que mantém os juros elevados e limita a retomada da atividade”, afirma o gerente de Estudos Econômicos da federação, Jonathas Goulart.