Criar vigias que não piscam é uma das habilidades da visão computacional, usada para substituir as falhas da atenção humana. Assim Leon Nascimento, pesquisador do Centro de Inovação SESI em Saúde Ocupacional, da Firjan, definiu o tema da websérie Pesquisa e Inovação “Olhos que não piscam: Como a visão computacional pode auxiliar na saúde e segurança do trabalhador”, realizada em 02/07. O pesquisador mostrou desafios do ambiente de trabalho moderno, que exige do indivíduo dar conta de muitos fatores simultâneos.
“Se a gente não pode depender 100% dessa capacidade humana, como transformar o ambiente de trabalho num local mais seguro? Felizmente, existe uma tecnologia que se chama câmera, que através da visão computacional permite acompanhar os trabalhadores”, explicou o pesquisador.
Nascimento iniciou sua apresentação mostrando a ilusão da visão perfeita, desmistificando a ideia de que o ser humano é capaz de prestar atenção em todos os detalhes simultaneamente. Na segunda parte, que chamou de olhos incansáveis, viajou pelo tempo, desde a invenção da câmera fotográfica em 1500 até a visão computacional nos dias de hoje. Por fim, Leon Nascimento mostrou como é possível alavancar habilidades humanas em aplicações de vigilâncias quase que completas no computador.
Há várias técnicas e treinamentos aplicados que permitem ao computador identificar objetos e determinar onde ele está exatamente na cena. Segundo Nascimento, existem aplicações da visão ocupacional em vários lugares, como em carros que começam a ser autodirigíveis. “Eles fazem uso extensivo dessa tecnologia para identificar outros carros, as faixas da via, pedestres, árvores etc.”, explicou. Outra aplicação é encontrar, através da técnica de segmentação, regiões de interesses no cérebro, como tumores, alterações neurológicas e outros desafios médicos de diagnóstico.
Pensando em controle de segurança, a visão computacional resolve problemas do dia a dia, como a análise e detecção de equipamentos de proteção individual (EPIs). Os olhos que nunca piscam enxergam se a pessoa está com EPI e se o uso é correto. Em alguns lugares, como ambientes hospitalares ou de construção, o uso de EPIs é um fator imprescindível na garantia da segurança do trabalhador.
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