Investimentos nas áreas de petróleo e gás, construção civil e energia solar estão no foco de empresários brasileiros e nigerianos que se reuniram, em 01/12, na sede da Firjan. O evento “Oportunidades de Negócios com Empresas Africanas” contou ainda com a presença do embaixador da Nigéria no Brasil, Muhammad Ahmad Makarfi, e da gerente de Negócios da Embaixada de Zimbábue no Brasil, Rutendo Faith Sagwete.
“Esse encontro é o desdobramento da missão que fizemos à África, em setembro, por Camarões, Costa do Marfim e Nigéria. Temos perspectivas na área da construção civil, da pesca e de todos os setores. Há empresas brasileiras fazendo obras na Nigéria, mas nenhuma do Rio de Janeiro”, explicou Marcelo Kaiuca, vice-presidente da Firjan e presidente do Sindicato das Indústrias de Artefato de Cimento Armado, Ladrilhos Hidráulicos e Produtos de Cimento no Estado do Rio (Induscimento). Ele destacou também o crescimento da parceria comercial entre Brasil e Nigéria em 2021 e contou que, no dia anterior, a missão nigeriana visitou o Centro de Referência da Construção Civil da Firjan SENAI SESI Tijuca e institutos de pesquisa e tecnologia da Firjan SENAI.
O grande interesse da Nigéria em aumentar as relações comerciais com o Brasil e o Rio, em especial, foi ressaltado por Mauro Varejão, diretor da Firjan e presidente do Sindicato da Indústria de Mármores, Granitos, Rochas e Afins (Simagran-RJ). “Até o representante do rei de Lagos, segunda maior cidade da Nigéria, veio ao encontro. Agora é a negociação direta: nossos empresários com os nigerianos. Temos empresas exportadoras interessadas e a Firjan pode facilitar o processo”. Varejão participou da missão à África e disse que além do Zimbábue e dos países visitados, Tanzânia, Madagascar e Gana também estão interessados no intercâmbio comercial.
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Mauro Varejão, diretor da Firjan e presidente do Simagran-RJ |
Rodrigo Santiago, presidente do Conselho de Relações Internacionais da Firjan e do Sindicato das Indústrias de Artefatos de Borracha do Estado do Rio de Janeiro (Sindborj), falou sobre a economia fluminense. “Projetamos um crescimento do PIB do Rio de Janeiro de 2,5% este ano e de 0,6% em 2023, com alta de 1,5% no PIB da indústria, em 2023, acima de valores previstos para o Brasil”, frisou.
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Rodrigo Santiago, presidente do Conselho de Relações Internacionais da Firjan e do Sindborj |
Já o embaixador Muhammad Makarfi reforçou que os nigerianos estão no Brasil para fazer negócios. “Precisamos de cooperação no relacionamento comercial e vocês serão muito bem-vindos para trabalhar com os países africanos. A relação da Nigéria com o Brasil é especial, melhor que com os outros países da América Latina. Nos setores de óleo e gás, construção civil, agricultura, energia solar e muitos outros há potencial de investimento”. Makarfi ressaltou também que a Nigéria é a economia mais forte da África e que acredita que a Firjan poderá colaborar para incentivar as relações comerciais.
Pelo lado brasileiro, o embaixador Mario Vilalva, diretor de Relações Internacionais da Firjan, enfatizou as qualidades do Rio de Janeiro: “Temos a mais bonita cidade do mundo, uma importante economia e dividimos com os nigerianos visão semelhante sobre questões internas. Desde 1960, começou a cooperação comercial entre o Brasil e a Nigéria, com destaque para as commodities. A partir de então, esse comércio vem se intensificando e espero que continue assim. Nós da Firjan podemos ajudar no que precisarem”.
O potencial de investimentos no Rio na área de petróleo e gás (US$ 60 bilhões até 2027) foi um dos destaques de Fernando Montera, coordenador de Conteúdo Petróleo, Gás e Naval da Firjan. O programa Rede de Oportunidades, que apresenta demandas de grandes empresas a potenciais fornecedores, foi outro tópico: “Podemos trabalhar de modo semelhante em relação à Nigéria e apoiar o fornecimento de bens e serviços fluminenses para empresas que atuam no país africano”.
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