Essência de frases populares como “faça você mesmo”, “bote a mão na massa” e “tire as ideias do papel”, a cultura maker ganha força no mercado. Os pilares desse universo autônomo, capaz de impulsionar o empreendedorismo e trazer agilidade às organizações, foram tema do Aquário Casa Firjan, de 06/10. O debate on-line “O potencial da cultura maker nas empresas” teve mediação de Felipe Laranja, líder técnico do Fab Lab da Casa Firjan.
Edgar Andrade, CEO do Fab Lab Recife, ressaltou a importância do movimento maker como ferramenta de transformação das relações de consumo e dos modelos de negócio. Segundo ele, a base da mudança segue uma nova lógica, na qual o consumidor deixa de ser um agente passivo para se tornar um criador do próprio produto, seja de forma artesanal, seja influenciando a indústria a produzir de forma personalizada, em conexão com os seus desejos. “Num futuro próximo a produção será para vender serviços e experiências, em vez de produtos. Boa parte do que consumimos hoje nós não vamos mais pagar para ter, mas para usar. A empresa que não perceber essa mudança radical vai quebrar”, enfatiza Andrade.
Fabricação digital
Durante o encontro, os participantes falaram sobre a importância dos fab labs, laboratórios de fabricação digital dotados de máquinas, ferramentas e acessórios, e da disseminação de valores do universo maker, que podem ser adotados por qualquer empresa. Entre eles, a criatividade, a agilidade, as posturas não convencionais e o espírito colaborativo.
“A colaboração é a palavra-chave dessa cultura. Ao mesmo tempo, é um dos processos mais complexos, sobretudo em empresas. É difícil se abrir, expor ideias, mas somente com essas práticas se consegue ir além”, acrescenta Heloisa Neves, fundadora do We Fab e colaboradora do Centro de Inovação da Fundação Getulio Vargas (FGV).
O reconhecimento do erro como parte fundamental de qualquer experiência também foi citado como um dos pilares do pensamento maker. “Ninguém gosta de assumir que errou, mas essa mentalidade precisa mudar. A transformação se constrói com processo e experimentação, e isso não ocorre da noite para o dia”, afirma Julia Sotera, diretora de Marketing para as Américas na Tetra Pak.
Para Carolina Portugal, head de comunidade da Wikifactory, a inovação, outro valor da cultura maker, é um dos primeiros passos para entrar nesse universo. “Ideias todos têm, não são exclusividade de ninguém. Mas a maioria tem dificuldade de tirá-las do power point. A verdade é que qualquer um tem todas as ferramentas da inovação e as condições de propor, testar ideias, experimentar protótipos. Basta dar o primeiro passo”, aconselha ela.
Assista ao encontro na íntegra na plataforma de conteúdo da Casa Firjan.