
Foto: Marcelo Martins/Firjan
A quarta edição do AquárioEdu Casa Firjan discutiu “Escola Dopamina: Alertas sobre Saúde Mental”, em 22/10. Especialistas em neurociência e educação digital revelaram insights inovadores sobre como a dopamina está moldando a experiência educacional na era digital.
Geovane Barone, analista de Inovação Educacional da Casa Firjan, que mediou o evento, contou que o AquárioEdu foi lançado no ano passado para discutir tendências sobre educação. O evento faz parte do Programa de Formação de Educadores da Firjan SESI.
A neurocientista Ana Carolina Souza, sócia-fundadora da Nêmesis Neurociência Organizacional, explicou que a dopamina é um neurotransmissor associado à resposta de prazer, necessário para comportamentos motivacionais. “É a resposta emocional que faz você fazer algo favorável ou evitar que algo desfavorável aconteça. O objetivo é garantir sua sobrevivência. Como educadora, tenho que descobrir como trabalhar meu engajamento para gerar estratégias eficientes”.
Já o professor e pedagogo Doug Alvoroçado, que trabalha com a implementação de tecnologias em sala de aula, contou situações que foram marcantes para ele e para os alunos: “A emoção é a fórmula da aprendizagem. Aprender com paixão é muito melhor, embora nem tudo eu vá fazer com paixão. É importante ver como o interesse do aluno pode ser usado nas aulas”.
Confira a íntegra do AquárioEdu:
Um tema que chamou atenção no evento foi a discussão de como a tecnologia e o uso excessivo de celulares em salas de aula e em outros ambientes vêm transformando as relações interpessoais e o ensino-aprendizagem e de que forma isso vem afetando a saúde mental de professores e alunos.
Alvoroçado declarou ser a favor do uso de qualquer tecnologia em sala de aula, desde o lápis até o celular. “Mas a escola precisa estar preparada para educar. Proibir seu uso é empurrar o problema. Tenho que educar, para os alunos não caírem em golpes. Mas não deve ser usado em todas as aulas”. Entretanto, o pedagogo concordou com a experiência de uma escola que proibiu o celular nas aulas, por ter sido a melhor alternativa para o grupo na ocasião.
“Quando o uso do celular passa a ser compulsivo, proibir é uma opção”, defendeu Ana Carolina. “Um desafio grande é formar profissionais de educação sobre o tema. Uma dica é silenciar o aparelho quando precisa se concentrar, não ouvir áudios em velocidade 2 e saber dizer não, não responder a mensagens de trabalho fora de hora. É um desafio aprender a hora de se desconectar das tecnologias e recriar as relações interpessoais”.