Parceiros que colaboraram com o Anuário do Petróleo no Rio 2024 – Abimaq, ABPIP, EPE, Equinor, Ipiranga e Petrobras – debateram na Firjan o papel do petróleo, em tempos de transição energética. O levantamento da Firjan SENAI SESI foi lançado em 13/8, em evento que contou com a presença de players do mercado, autoridades e especialistas da federação.
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O posicionamento do petróleo nacional no mercado global foi o tema da palestra de Heloisa Borges, diretora de Estudos do Petróleo, Gás e Biocombustíveis na Empresa de Pesquisa Energética (EPE). “O contexto global indica uma transição para economias de baixo carbono, mas isso não é simples: não é só mudar o combustível. É preciso equilibrar segurança energética, sustentabilidade, equidade. As empresas estão se esforçando para crescer em fontes renováveis”.
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Heloisa mostrou a evolução da indústria petrolífera e a transição energética, pontuou sobre as reservas do pré-sal serem de baixa intensidade de carbono e concluiu que o Brasil tem um cenário atrativo para os investidores.
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Karine Fragoso, gerente-geral de Petróleo, Gás, Energias e Naval da Firjan SENAI SESI, alertou para a necessidade de mais investimento em novos poços: “No primeiro semestre de 2024, tivemos apenas um poço exploratório perfurado. Isso explicita um risco no processo de agregação de novas reservas, sejam elas no Rio ou quando avançarmos em novas fronteiras. Cenário ainda mais arriscado quando avaliado em conjunto com o crescimento da demanda”.
Ela explicitou ainda que é necessário sermos capazes de vislumbrar reservas suficientes para suprir a nossa produção além da janela de 13 anos, índice hoje da relação Reserva-Produção. Karine explicou que há oportunidades que podem ser desenvolvidas nas águas fluminenses para atendimento a essa necessidade.
"No Rio, existem muitas áreas ainda a serem exploradas, tanto no pré-sal quanto no pós-sal. Mas não podemos deixar de lado o potencial que ainda podemos agregar a partir dos campos maduros, os quais demandam políticas públicas específicas para garantia da viabilidade de desenvolvimento, como a manutenção do preço de referência atual para os campos maduros”, disse a gerente-geral.
Participando pela primeira vez da publicação, a Ipiranga foi representada por Vinicius Ceccarelli, gerente de Novos Negócios. “Temos mais de 7 mil clientes, cobrindo todo o Brasil, do Oiapoque ao Chuí. São 90 pontos de distribuição com mais de 900 mil m³ de armazenamento disponível. No transporte marítimo, nossa frota é moderna e atua 24 horas por dia, sem interrupção. Seguimos sempre os critérios internacionais de segurança e meio ambiente e pretendemos atuar na transição energética”.
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Márcio Félix, presidente na Associação Brasileira de Produtores Independentes de Petróleo e Gás (ABPIP), ressaltou que o mercado vem discutindo a abertura de uma nova fronteira, tendo em vista o pré-sal já ser uma grande realidade. “O Anuário tem escrito a história e antecipado cenários. Precisamos nos preparar para a década de 2030, quando a produção vai se deslocar. Temos toda uma indústria pujante para crescer, com a inauguração prevista do Gaslub em outubro”.
Candido Luis Queiroz da Silva, gerente-geral do Polo Gaslub Itaboraí, da Petrobras, anunciou que em 60 dias haverá a primeira partida da UPGN (Unidade de Produção de Gás Natural), inaugurando assim as operações do polo de gás e lubrificantes. “Desde 2017, houve a decisão de retomar as obras do antigo Comperj, com mudança de escopo. O polo concentra três unidades de refino, que devem estar concluídas até 2028. Já a planta de refino, ainda será licitada e começará do zero. Essas licitações estão na rua e a intenção é que a obra comece em 2025, empregando 10 mil pessoas em mão de obra qualificada”.
Por outro lado, Thaís Márcia Silveira, líder de Subsuperfície – Campo de Peregrino na Equinor, falou sobre o potencial de aumento no fator de recuperação de ativos no Rio. “A Equinor, que produziu o primeiro óleo no Campo de Peregrino em 2011, alcançou 200 milhões de barris lá em 2019. É o maior campo da Equinor fora da Noruega", afirmou.
Segundo ela, a empresa avançou numa nova tecnologia para ampliar a produção e potencializar o Campo de Roncador, onde terá parceria com a Petrobras. A produção com a nova tecnologia IOR (Increased Oil Recovery) começou em 2022. "Já estamos produzindo 150 mil barris/dia. Nossa ambição é chegar a 1 bilhão de barris adicionais com IOR. A empresa possui também projetos em energia solar e eólica no país”, contou Thais.
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Como aproveitar as oportunidades que vão surgir na indústria de petróleo e as motivações para a transição energética foram abordadas por Alberto Machado, diretor executivo de Petróleo, Gás Natural, Bioenergia, Hidrogênio e Petroquímica da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). “Há motivações econômicas de demanda de energia, de custos, de oportunidades de negócios, de sobrevivência e ecológicas. O desafio é garantir segurança energética, geopolítica, alimentar, social e ambiental. A Abimaq tem um roadmap de energia, com a rota de projetos e plantas de produtos, da energia nuclear ao H2, para auxiliar os interessados nesse mercado”, assegurou.
9ª edição do Anuário
Fernando Montera, gerente de Cenários de Petróleo, Gás, Energias e Naval da Firjan SENAI SESI, apresentou destaques sobre os dados apresentados na 9ª edição do Anuário, que incluiu também os cursos oferecidos pela Firjan SENAI para O&G. O gerente da Firjan ressaltou ainda que, em 2023, o estado do Rio registrou suas primeiras declarações de comercialidade desde 2018: foram quatro. Já a produção de óleo no estado cresceu 14% de 2022 para 2023 e 0,1% até o 1º semestre de 2024.
“O Rio avançou no ranking mundial de produtores, ultrapassando o Kuwait. Se fosse um país, seria o nono maior produtor. Em 2023, as reservas provadas atingiram seu maior valor histórico no Brasil (15,4 bilhões de barris); e no Rio (13,6 bilhões de barris). A perfuração de poços offshore segue em ritmo lento. Foram seis no primeiro semestre de 2024 no país; e apenas uma no Rio. Temos a certeza de que o futuro descarbonizado não é sem petróleo, e o cenário local tem boas perspectivas. Foram mapeados US$ 85 bilhões em investimentos e geração de 70 mil empregos diretos e indiretos até 2030”, finalizou.