Reportagem da Carta da Indústria
Solução de apenas 6,6 km, pleiteada há cerca de 20 anos pela Firjan, a construção do Anel Viário de Campos Elíseos, também conhecido como “Arquinho”, é considerada fundamental para criar uma rota alternativa de entrada e saída do Polo Petroquímico local, ligando a região ao Arco Metropolitano (BR-493). A Firjan reivindica a inclusão do projeto no rol de investimentos da nova concessão da BR-040, entre Rio e Juiz de Fora.
Além de movimentar a economia local, com geração de emprego e renda, a implantação viária serviria para facilitar a mobilidade, tanto dos quase 10 mil trabalhadores do Polo como da população. No entorno dessa área industrial moram mais de 300 mil habitantes, 33% dos moradores de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Prevista no Mapa do Desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro 2016-2025, elaborado pela federação, a via reduzirá o custo logístico e os riscos de acidentes na área.
“O governo do estado alega que não tem recursos para as obras; a prefeitura também não. Como se trata de um pleito antigo da Firjan, estamos, desde o ano passado, tentando viabilizar o projeto junto ao governo federal, pois envolve até mais segurança para a Baixada, além do aumento da competitividade”, explica Cláudio Lopes, presidente da Firjan Caxias e Região.
Segurança Nacional
Alexandre Fagundes, presidente da Associação das Empresas de Campos Elíseos (Assecampe) e diretor Industrial da Nitriflex, conta como o acesso precário atrapalha o desenvolvimento empresarial. “Temos um problema crônico de estacionamento irregular e dificuldade de escoar a produção. Se um caminhão quebra ali no local, para tudo. Empresas poderão crescer com a implantação do Anel Viário, pois atrairão novos parceiros”, ressalta.
Marcos Costa, analista de Estudos Econômicos da Firjan, conta que a localidade é considerada de infraestrutura crítica, denominação dada a empreendimento que, se parado ou interrompido, pode causar impacto ambiental, econômico e social. Por isso, a federação decidiu expor a situação ao Exército, órgão que costuma atuar nesses assuntos em outros países, segundo o especialista. “Se a produção for afetada por algum motivo, Brasília e parte de São Paulo e de Minas Gerais poderiam ficar sem abastecimento de combustível. A obra é de importância nacional, além do fato de poder contar com uma rota alternativa que ajudaria em emergências e salva-vidas”, enfatiza.
RAIO-X DO POLO PETROQUÍMICO DE CAMPOS ELÍSEOS
30 empresas, aproximadamente
De 9 A 10 mil funcionários das empresas locais
6 comunidades nos entornos
303 mil: população da região
11 km2 de área
6,43 Km2 de raio de evacuação
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