
A cientista Denilde Holzhacker (ESPM) falou no auditório Aquário da Casa FirjanFoto: Divulgação/Firjan
No segundo dia do Festival Futuros Possíveis 2024, aconteceram oficinas que permitiram o aprofundamento de temas evento, além de importantes palestras e debates que perpassaram de questões ambientais a como a ficção cientifica ajuda a pensar o futuro, além de abordar o lado humano da inteligência artificial.
A cientista Denilde Holzhacker, diretora Acadêmica de Pesquisa e Pós-graduação Stricto Sensu da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), falou sobre a era de policrises que vivemos hoje. “É uma série de fatores que se interconectam e se sobrepõem, como crises humanitárias, crise climática, mudanças demográficas, mudança do poder dos países no sistema internacional".
Segundo Denilde, que é doutora em Ciência Política pela Universidade de São Paulo (USP), a grande mudança é o perfil, com um crescimento desigual, de países que estão com taxas de natalidade ainda maiores do que outros, que, por sua vez, terão populações mais envelhecidas. “Isso vai ter impacto para a economia, para a organização das cidades e para os países”.
Para terminar com um cenário positivo, a professora falou da sociedade 5.0, proposta pelo governo japonês, para lidar com todos os desafios da crise demográfica: uma construção capaz de alinhar a tecnologia e a criatividade aos potenciais humanos para conseguir superar os desafios em termos de recursos, de uso da inteligência e de uma qualidade de vida maior.
 |
John C. Havens, escritor | Foto: Divulgação/Firjan |
Já o escritor John C. Havens, diretor executivo da Global Initiative for Ethical Considerations in Artificial Intelligence and Autonomous Systems, do Instituto de Engenheiros Elétricos e Eletrônicos (IEEE), falou sobre como repensar a humanidade na era das máquinas ditas inteligentes.
“Já trabalhei com inteligência artificial por 13 anos e com mais de mil especialistas na área, estudei dados de IA, realidade aumentada, e sempre volto às mesmas palavras. Na realidade, o mais essencial é o amor. Se pensarmos em futuros possíveis, o amor nunca vai sumir, não importa o que a IA fizer. Somos feitos para amar e ser amados”, resumiu Havens.
O escritor, que já foi ator, citou também o Teste de Turing, usado como uma ferramenta para identificar o momento em que um computador ou sistema de IA é considerado tão inteligente quanto um ser humano. “A IA não é uma tecnologia, é uma narrativa, que pode ser positiva ou negativa, depende da pessoa que a programa e que a usa. É um meio, alimentado pelos nossos dados planetários. Está na hora de mudar as mensagens da mídia de que a inteligência humana vai ser superada pela artificial”.
Até onde podemos editar as características genéticas do DNA em relação à saúde e agricultura, e ecoansiedade e outras formas de pensar o futuro também foram temas em debate. Já as oficinas do segundo dia do Festival foram: Jogo Futuros Possíveis, com a equipe do Lab de tendências da Firjan IEL, e Quando o Futuro Morre. As Masterclass foram Fim das Certezas: IoT, Nuvem e IA na Interpretação de Padrões Climáticos; e Fake, real ou sintético? Navegando com segurança e confiança no ambiente digital.
O evento também inaugurou a instalação Zero Hidrográfico que fica na Casa Firjan até o dia 15/12. A obra, que explora a relação entre a inconstância dos oceanos e os impactos das mudanças climáticas decorrentes da ação humana, é assinada pela dupla Motta & Lima.
Leia também:
Firjan IEL discute sobre o fim das certezas no Festival Futuros Possíveis