Como fazer para alimentar quase 10 bilhões de pessoas em 2050 de maneira sustentável, saudável, eficiente e segura? Esse desafio mundial foi o foco da discussão do Aquário Casa Firjan sobre “Inovação à mesa: Como as foodtechs estão transformando o mercado de alimentação”. Atentos a essa questão urgente para um futuro próximo, instituições, academia e empresas buscam na tecnologia as soluções para aprimorar a agricultura, a produção, o fornecimento e a distribuição de alimentos.
Gustavo Guadanini, diretor da The Good Food Institute Brasil (GFI), defende o desenvolvimento do setor de proteínas alternativas. Segundo ele, uma das maiores dificuldades é descobrir como aumentar essa produção em quase 70%, porém evitando o crescimento da criação animal, que polui o meio ambiente. “As soluções que começam a se construir para isso são otimizar os métodos de plantio pecuário, trazer novas tecnologias para o campo, além da diversificação de proteínas”, observa Guadanini, no debate on-line mediado por Iuri Campos, líder do Aquário Casa Firjan.
Segundo o diretor da GFI, o setor de proteínas alternativas envolve três tecnologias: a base vegetal, que estuda a composição dos produtos de origem animal e os replica usando elementos no mundo vegetal; a fermentação, que já tem várias técnicas associadas ao processo; e a carne cultivada a partir de células de um animal.
Prazer sustentável
Manter os prazeres à mesa de uma forma mais sustentável. usando produtos de origem vegetal para substituir os de origem animal é o objetivo de Amanda Pinto, gerente de Inovação da Mantiqueira e fundadora do n.ovo, uma startup que nasceu dentro da própria indústria. “Não é um mercado de nicho, que foca em veganos ou vegetarianos apenas, mas em todo mundo, principalmente para quem gosta de carne, de ovos e de leite. Esse é o foco do n.ovo”, conta.
Para substituir os ovos nas receitas, a empresa buscou matérias-primas que, combinadas, realizam os mesmos propósitos de maneira prática na hora de fazer um bolo, por exemplo. Dessa forma é possível substituir o ovo pelo n.ovo receitas, que foi produzido a partir da proteína de ervilha, amido de ervilha, linhaça dourada e fermentos.
Ao comentar que já visitou mais de dois mil restaurantes, Leonardo Almeida, fundador e empreendedor na Menu.com.br, garante que o mercado de consumo de alimentação mudou definitivamente. E diz que hoje o estabelecimento que não atender às necessidades do público, como intolerância à lactose ou preferência por comida vegetariana, pode sentir impacto no movimento.
O empreendedor criou a plataforma de e-commerce Menu, ao sentir a necessidade de conectar a indústria que produz alimentos e bebidas com o comerciante que precisa comprar esses produtos. Ele entende que a imensa maioria das indústrias não tem essa conexão direta com os comerciantes e segue com dificuldade para distribuir seus produtos.
Assista à íntegra da live na plataforma de conteúdo da Casa Firjan.