A corrente de comércio do Rio de Janeiro já reflete o impacto das tarifas impostas pelos Estados Unidos, um dos principais parceiros do estado. A influência pode ser vista no recuo de 7% nas exportações fluminenses exclusive petróleo, que somaram US$ 6,3 bilhões entre janeiro e agosto de 2025. A balança comercial, por outro lado, mostra o crescimento das vendas para outros parceiros, o que significa que há uma diversificação pela busca de novos mercados.
A queda nas exportações foi puxada pela redução de 3% nas vendas para os EUA (US$ 2,3 bilhões), decorrente da diminuição de 19% nos embarques de produtos semimanufaturados de ferro e aço (US$ 1,2 bilhão). Esse movimento influenciou em uma retração de 13% das exportações da indústria de Metalurgia (US$ 1,6 bilhão), impactadas pelas tarifas impostas pelo governo norte-americano.
De acordo com o Boletim Rio Exporta, edição de setembro, nesses primeiros oito meses do ano, oito dos dez principais destinos do mercado fluminense apresentaram crescimento, com destaque para a Argentina que teve um incremento de 51%, impulsionado pelo aumento de 91% nas exportações de automóveis de passageiros (US$ 265 milhões).
Segundo o periódico mensal, produzido pela Firjan Internacional, esse resultado do Rio levou a um avanço de 53% nas vendas da indústria de Veículos automotores (US$ 676 milhões).
No panorama geral, a corrente de comércio fluminense somou US$ 49,4 bilhões, o que representou um recuo de 2%, entre janeiro e agosto de 2025, devido à retração nas exportações de 8% (US$ 29,6 bilhões). O resultado contraria a tendência do comércio nacional, que atingiu US$ 412 bilhões, com avanço de 3%, impulsionado pelo crescimento de 7% nas importações (US$ 185 bilhões).
O boletim, que tem o objetivo de ser uma ferramenta de inteligência comercial, mostra que o cenário fluminense, no entanto, não impediu que o Rio de Janeiro se mantivesse como o segundo maior player do país. No período, o estado teve participação de 12% na corrente de comércio brasileira, atrás apenas de São Paulo (25%).
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O recuo de 13% nas vendas de produtos manufaturados, que ficou em US$ 4,1 bilhões, refletiu também no resultado das exportações fluminenses, que tiveram uma queda de 8%, totalizaram US$ 29,6 bilhões no acumulado de 2025.
Já a indústria de Máquinas e equipamentos cresceu 10% nas vendas, totalizando US$ 678 milhões, enquanto Produtos de borracha destacaram-se com o aumento de 7%, somando US$ 230 milhões. As vendas de torneiras e válvulas, com o total de US$ 208 milhões, se sobressaíram nas exportações, principalmente nos embarques destinados à Guiana e à China.
Nas importações do estado, o crescimento foi de 9%, somando US$ 19,7 bilhões entre janeiro e agosto de 2025. Os bens intermediários avançaram 17%, com o total de US$ 12,6 bilhões, impulsionados pelas compras dos setores de Outros equipamentos de transporte (US$ 6,5 bilhões) que aumentaram 29%, e do crescimento de 8% em Produtos químicos (US$ 1,4 bilhão).
Exportação de petróleo cai 8%
As exportações de óleos brutos de petróleo do Rio de Janeiro somaram US$ 23,4 bilhões no acumulado anual de 2025, com uma retração de 8% em relação ao mesmo período de 2024. O principal destino foi a China, com US$ 10,3 bilhões, o que representou 44% das exportações fluminenses de petróleo. A Coreia do Sul (US$ 1,1 bilhão) se destacou, com alta de 123%.
Nas importações, o estado adquiriu US$ 1,5 bilhão em petróleo, sendo a Arábia Saudita o maior fornecedor (US$ 1,2 bilhão), embora com queda de 16% frente ao mesmo período de 2024.
Importações crescem sem petróleo
As importações fluminenses exclusive petróleo totalizaram US$ 18,2 bilhões, alta de 12% em relação a 2024, com crescimento em nove dos dez principais destinos. O destaque vai para a União Europeia (US$ 4,5 bilhões), que cresceu 22% devido às compras de partes de motores e turbinas para aviação provenientes da França, Alemanha e Itália.
A queda de 7% nas compras de energia elétrica do Paraguai, impactou nos valores do Mercosul, resultando num recuo de 14% no total das importações da região, que somaram US$ 946 milhões.