
Marcelo Kaiuca, vice-presidente da Firjan e presidente do Fórum Setorial da Construção Civil, na abertura da 2ª edição do eventoFoto: Vinicius Magalhães
Iniciativas e soluções para o planejamento e a construção de cidades capazes de absorver e armazenar as águas da chuva – evitando enchentes frequentes – foram apresentadas no Seminário Transformando Cidades + permeáveis. Organizado pelo Sindicato das Indústrias de Artefatos de Cimento Armado, Ladrilhos Hidráulicos e Produtos de Cimento do Estado do Rio de Janeiro (Induscimento) e pela Firjan SENAI, o evento reuniu empresários, representantes de prefeituras e profissionais de engenharia, arquitetura e urbanismo, em 20/8, na Casa Firjan, em Botafogo.
“Trabalhar por cidades mais permeáveis é uma prioridade nos tempos atuais, quando temos uma preocupação constante com o impacto das mudanças climáticas. Lembramos as tragédias recentes no Rio Grande do Sul e em Petrópolis, Região Serrana do Rio. A Firjan tem a sustentabilidade como pilar e participa do Pacto Global das Nações Unidas, além de apoiar a Agenda 2030 dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, da ONU. Já temos bons exemplos no Rio de Janeiro e é uma preocupação que precisa estar definida em uma política de Estado permanente”, destacou Luiz Césio Caetano, atual 1º vice-presidente e presidente eleito da Firjan.
Marcelo Kaiuca, vice-presidente da Firjan e presidente do Induscimento, ressaltou a importância do evento na Casa Firjan, unidade de referência em inovação e tendências. “Esta segunda edição do Transformando Cidades levanta o tema da permeabilidade, que tem sido um problema recorrente. O seminário serve como fonte para trazer soluções”, destacou ele, que também é presidente do Fórum Setorial da Construção Civil da federação. O evento apresentou cases e compartilhou informações, sobretudo para os municípios melhorarem em termos sustentáveis e econômicos.
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Luiz Césio Caetano, atual 1º vice-presidente e presidente eleito da Firjan |
O conceito de “cidades-esponja”, criado pelo professor e urbanista chinês Kongjian Yu, foi apresentado por Jorge Peron Mendes, gerente de Sustentabilidade da Firjan. “Vivemos afogando as cidades na medida em que produzimos muitos espaços impermeabilizados. É preciso criar caminhos e alternativas para a construção, usando Soluções baseadas na Natureza, como as chinesas; os telhados verdes, da Alemanha; ou os Jardins Filtrantes da L’Oréal, no Rio, entre outros. É possível potencializar a sinergia entre a arquitetura verde e a tradicional”, orientou.
A norma que trata especificamente sobre pavimentações permeáveis de concreto (NBR 16416) foi detalhada por Eduardo D'Ávila, gerente Regional RJ/ES da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP): “O texto trata, entre outros pontos, sobre vazão e como calcular o coeficiente de permeabilidade e o de escoamento superficial ‘runoff’. Os pavimentos podem ser permeáveis, como, por exemplo, o piso intertravado permeável (poroso) ou com junta alargada. Testes mostram que um trecho em grama pode escoar a água em 60 segundos, enquanto um pavimento de concreto demora 42.100s para escoar a mesma quantidade de água. Quanto mais rápido, melhor”, explicou.
O seminário tratou ainda da permeabilidade das cidades da Região Metropolitana do Rio, do dimensionamento de pavimentação permeável, de drenagem e de biofilia (integração a natureza com o ambiente construído), entre outros tópicos.