Empresários e demais profissionais participaram, em 07/12, do Seminário Rio Construção BIM, sobre os desafios da transformação digital no setor. Com ênfase em infraestrutura e edificações, o evento promovido na Firjan SENAI Tijuca incluiu a visita dos representantes das empresas Concremat, Sondotécnica, MPD, Conexão BIM, eFM América Latina, além da Tecgraf/PUC-Rio e dos participantes, ao Centro de Referência em Construção Civil Firjan SENAI SESI, localizado na unidade.
“Oriundo do nosso Programa Rio Construção, de fomento ao setor, o Seminário segue demanda de empresários e presidentes de sindicatos do setor, para disseminar o conhecimento sobre a metodologia BIM, objetivando a melhoria dos projetos, a digitalização dos processos e mais produtividade nas obras. A adoção do BIM é uma exigência de governos na hora de contratar projetos. Isso já acontece em Londres, por exemplo, desde 2015”, destacou Marcelo Kaiuca, vice-presidente da Firjan e presidente do Fórum Setorial da Construção Civil da federação.
As aplicações do BIM em ESG (critérios ambiental, social e de governança) foram ressaltadas por Stefânia Dimitrov, representante da Sondotécnica, no projeto implantado em uma comunidade de Santo Amaro, em São Paulo: “Os mapas da Prefeitura não detalham a região. Com uso de drones, aplicativos e outras tecnologias BIM, fizemos uma simulação de todo o espaço”.
Já Paolo Polliere, diretor geral da eFM América Latina, mostrou que as soluções BIM podem ser usadas também como modelo de informação e digitalização no mundo imobiliário. “Pode ser compartilhado e servir para todo o ciclo de vida desde o projeto, a obra, até a operação. Serve para monitorar o plano de negócios também”. O case apresentado pela gerente de projetos Marcella Incerti foi o da Fiocruz-Manguinhos, no Rio.
Os desafios de aplicação e implantação da metodologia BIM foram apresentados pelos responsáveis dessa área na Concremat. “As aplicações em infraestrutura começam nos projetos e nas simulações”, enfatizou o engenheiro Guilherme Borges. O case da construção da ponte ferroviária para ligar Itaparica a Salvador foi mostrado pelo arquiteto Lucas Borba.
Já a construtora MPD também adota o BIM desde a fase de projetos. “Agora já expandimos a adoção para todas as áreas. Os mestres de obra estão adorando visualizar os projetos no tablet. Implantamos junto com nossos parceiros projetistas”, contou Priscila Sotto, gerente de projetos BIM da MPD.
Cristiane Magalhães, especialista técnica em Construção BIM da Firjan SENAI, enfatizou que as tecnologias de futuro, como o metaverso, já estão presentes em ações de construção civil. “O BIM promove redução de tempo e aumento da qualidade dos projetos. É preciso envolver governos, para exigir o BIM mercado, para adotar a metodologia; e a academia, para a adoção BIM de forma estruturada" preparar a mão-de-obra", ressaltou.
A nova lei de licitações já prevê a exigência do BIM em projetos públicos, conforme lembrou a engenheira civil Késia Alves, diretora da empresa Conexão BIM. Especializada em BIM, Késia também presta consultoria a órgãos públicos para implantação da metodologia.
Thadeu Corseuil, gerente responsável pela Engenharia Digital do Instituto de Pesquisa Tecgraf, apresentou a importância de relacionar o tema de informação e processos ao BIM, para além de entregáveis geométricos.
Kaiuca lembrou que o Monitoramento de Difusão de Tendências da Firjan SENAI, lançado este ano, mostrou que a adoção do BIM deve se intensificar nos próximos dois anos.