<img height="1" width="1" style="display:none;" alt="" src="https://px.ads.linkedin.com/collect/?pid=4124220&amp;fmt=gif">
Portal Sistema Firjan
menu

Notícias

Infraestrutura

Firjan defende Angra 3 em seminário sobre energia nuclear, no Rio

Márcio Fortes, diretor de Relações Institucionais da Firjan

Márcio Fortes, diretor de Relações Institucionais da FirjanFoto: Pedro Kirilos | Firjan

Tempo médio de leitura: ...calculando.

Publicado em 02/10/2025 14:55  -  Atualizado em  03/10/2025 12:20

A XVI edição do Seminário Internacional de Energia Nuclear/Encontro de Comunicação do Setor Nuclear (SIEN/ENCOM 2025) debateu nesta quarta-feira (1/10), no auditório da Eletronuclear, o papel da usina de Angra 3 no desenvolvimento do setor nuclear brasileiro, especialmente no Rio de Janeiro, estado que concentra a maior parte das instalações ligadas à área.

Durante o evento, palestrantes e dirigentes do setor reforçaram que a conclusão de Angra 3 deve ser tratada como prioridade nacional, destacando seu potencial de geração de energia a custos competitivos e sua contribuição para a estabilidade do sistema com função estratégica na transição energética.

O diretor de Relações Institucionais da Firjan, Márcio Fortes, discursou sobre o papel estratégico da energia nuclear para o futuro da matriz elétrica brasileira. Segundo ele, o mundo atravessa uma transformação acelerada, impulsionada pela digitalização e pelo aumento da demanda por eletricidade.

Fortes
pontuou que, no Brasil, as projeções indicam crescimento médio anual de 2,1% no consumo de energia até 2034, num cenário de redução na construção de grandes hidrelétricas e expansão de fontes renováveis intermitentes. “Esse novo arranjo exige fontes firmes, de baixa emissão e com custos previsíveis. É nesse contexto que a energia nuclear reafirma seu papel essencial”, disse.

Márcio Fortes destacou que o Rio de Janeiro concentra o principal polo nuclear do país, abrigando as usinas Angra 1 e Angra 2, responsáveis por mais de 40% do consumo elétrico estadual, além da Indústrias Nucleares do Brasil (INB) em Resende e do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) da Marinha, em Itaguaí. Segundo ele, o setor já mobiliza 60 mil empregos diretos e indiretos e envolve mais de 700 empresas.

Nesse contexto, ele defendeu a conclusão da Usina Nuclear Angra 3 como “projeto estruturante” para a segurança energética do país. Com 65% das obras concluídas, a usina demandará investimentos da ordem de R$ 23 bilhões para entrar em operação, adicionando 1.405 MW à capacidade instalada nacional. O impacto socioeconômico também é relevante, com a geração de até 7 mil empregos diretos no pico da obra e efeito multiplicador estimado em R$ 1,57 na economia fluminense e R$ 2,28 na nacional por cada real investido.

Para o diretor da Firjan, é fundamental renovar o Programa Nuclear Brasileiro, estimular a formação de polos produtivos em pequenas e médias empresas e ampliar a capacitação profissional. “Nesse esforço, a Firjan SENAI Angra dos Reis e a Casa Firjan já atuam em parceria com a Eletronuclear, oferecendo programas de aprendizagem, projetos de inovação e serviços tecnológicos”, avaliou Fortes.

O evento contou ainda com Olga Simbalista, vice-presidente do Clube de Engenharia, que ressaltou os desafios enfrentados pelo setor elétrico brasileiro e defendeu o papel estratégico da energia nuclear para garantir estabilidade e confiabilidade no fornecimento de eletricidade no país. A dirigente abordou problemas que afetam o sistema elétrico nacional como o apagão ocorrido em maio deste ano, quando 63% do sistema de transmissão nacional foram afetados por uma oscilação da geração eólica no Ceará.

“Nosso sistema elétrico precisa atender características fundamentais, como acessibilidade, confiabilidade, capacidade de geração contínua 24 horas por dia e eficiência territorial. A energia nuclear se destaca por atender a esses requisitos, apesar de ocupar espaço muito menor do que as usinas solares e eólicas”, destacou.

O chefe da Assessoria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Expansão da Eletronuclear, Marcelo Gomes, também ressaltou a urgência da conclusão de Angra 3 e salientou o papel estratégico da energia nuclear para a segurança energética do país. Segundo ele, o debate em torno da usina já se arrasta por tempo demais. “Estamos discutindo a conclusão de Angra 3 há muitos anos. Precisamos encerrar esse capítulo e avançar para novos projetos nucleares”, afirmou.

O executivo lembrou que as usinas de Angra já cumprem papel fundamental de estabilidade no sistema elétrico nacional e citou, que no apagão deste ano a energia nuclear foi decisiva para garantir o fornecimento rápido no eixo Rio–São Paulo.

“Rotineiramente, em eventos de grande porte no Rio de Janeiro, como eleições ou provas do Enem, somos consultados e orientados a não mexermos em Angra. Isso mostra a confiança na geração nuclear como fonte estável e segura. O Brasil precisa estar preparado para não perder esse trem da transição energética”, alertou Gomes.

 
Para Empresas
Competitividade Empresarial Educação Qualidade de Vida