
Jair Bittencourt (GovRJ) e Sérgio Ramalho (Siperj/Firjan)Foto: Vinícius Magalhães
A recuperação da indústria pesqueira e a implantação de um complexo pesqueiro na área adquirida pelo governo do estado no Caju, onde funcionava o antigo estaleiro Caneco, foram os principais temas da reunião nesta terça-feira (5/8), na Firjan. O secretário de Desenvolvimento Interior, Pesca e Agricultura Familiar, Jair Bittencourt, ouviu e debateu questões cruciais para o setor pesqueiro fluminense com representantes do Sindicato da Indústria do Pescado do Estado do Rio de Janeiro (Siperj) e de outras instituições envolvidas no setor, como, por exemplo, o Sindicato dos Armadores de Pesca do Estado do Rio de Janeiro (Saperj).
Representantes da cadeia produtiva de pesca do estado veem na criação do complexo pesqueiro a oportunidade de revitalizar a infraestrutura necessária para o setor, oferecendo melhores condições tanto para pescadores quanto para a comercialização de produtos. O presidente do Siperj e vice-presidente Conselho Empresarial de Agronegócios, Alimentos e Bebida da Firjan, Sérgio Ramalho, avaliou positivamente a reunião com o secretário de Pesca do RJ e destacou o interesse demonstrado pelo representante do governo do estado em compreender os problemas enfrentados pelo setor pesqueiro.
“Foi a primeira vez que tivemos alguém realmente interessado. O nosso mote principal é o entreposto, e eu estou esperançoso quanto a isso”, afirmou Ramalho.
O secretário Jair Bittencourt expressou otimismo em relação às soluções que podem ser implementadas para melhorar a legislação e a estrutura que regem a pesca e a economia do mar. “Tem muita coisa que dá para resolver e vamos trabalhar em termos de legislação e estrutura. Vamos reportar isso para as outras secretarias que têm afinidade com a pesca e a economia do mar, inclusive a de Fazenda”, afirmou.
Bittencourt ressaltou o interesse do segmento em se reestruturar e destacou a importância da participação da Firjan nesse processo. “Estou animado e tenho certeza de que a participação da Firjan será muito positiva. Percebemos uma grande vontade do setor em se alinhar e a federação é fundamental nesse caminho. Na viabilização desse complexo pesqueiro”, declarou.
Ramalho acredita que haverá melhorias não apenas no terminal de descarga, mas em toda a infraestrutura necessária para atender ao setor pesqueiro. Entre as propostas discutidas, ele mencionou também a possibilidade de criar um pequeno estaleiro para atender às embarcações locais, ressaltando que isso contribuiria para a manutenção e reparo das mesmas.
O presidente do Siperj salientou que atualmente muitos reparos dos barcos precisam ser realizados em Itajaí, Santa Catarina. “Esse encontro sinaliza uma nova fase para a pesca no estado, reforçando o compromisso das entidades em buscar soluções que promovam o desenvolvimento sustentável dessa atividade econômica fundamental para o Rio de Janeiro”, acrescentou Ramalho.
Além disso, a licença de recolhimento de resíduos de pescado, um assunto que envolve interesses do setor, também foi objeto de análise, dado seu impacto na operação dessa coleta.
O secretário estadual também mencionou os desafios enfrentados, principalmente em relação à definição do que constitui um complexo pesqueiro. “Precisamos primeiro definir qual será o modelo adotado. A partir disso, poderemos, junto com a Firjan e a economia do mar, atuar de forma mais eficaz.” disse.
Além disso, Jair Bittencourt também apontou a necessidade de abordar as dificuldades de atendimento do Ibama, em relação à exportação de pescado. “Essa é uma das principais dificuldades que encontramos, e é nossa obrigação entrar nesse assunto. Podemos mudar o perfil do setor e melhorar o atendimento tanto para quem pesca quanto para quem industrializa a pesca”, finalizou.