O estado do Rio de Janeiro criou 7.437 empregos formais no último mês, de acordo com o Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged) registrando seu pior resultado desde outubro de 2022, quando foram contratados 7.879 trabalhadores. O desempenho atual representa uma queda de 5,6% em relação àquele período e um recuo expressivo de 28% na comparação com outubro de 2024, quando o estado fluminense abriu 10.328 vagas. No cenário nacional, o Rio de Janeiro ocupou apenas a quinta posição em contratações, ficando atrás de São Paulo, Distrito Federal, Pernambuco e Paraná.
De maneira geral, a análise do desempenho dos setores revela a preparação dos segmentos de comércio e serviços para os últimos meses do ano, período marcado pelo aumento da demanda de mão de obra em razão das festas de fim de ano. “Este desempenho do mercado de trabalho reflete os impactos na atividade industrial do elevado nível da taxa de juros e o tarifaço imposto pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros”, analisa Jonathas Goulart, economista-chefe da Firjan.
Em termos absolutos, o setor de Serviços foi o que mais abriu postos formais de emprego, no total de 5.540 contratações. Os principais segmentos responsáveis pelo desempenho do setor foram Serviços de Escritório, de Apoio Administrativo e outros Serviços Prestados às Empresas (+988), Atividades de Organizações Associativas (+960) e Alimentação (+829). Em relação a outubro de 2024 (+5.887), o setor teve resultado 5,9% inferior.
Segundo maior contratante no mês, o Comércio abriu 2.863 vagas com carteira assinada, sendo o segmento Varejista (+2.797) o principal responsável pelo desempenho do setor. Na análise com igual mês de 2024 (+4.138), o segmento registrou um resultado 30,8% mais baixo.
Indústria fluminense
O setor industrial, que contempla as indústrias de Transformação, Extrativa, Construção e os Serviços Industriais de Utilidade Pública, abriu apenas 189 vagas em outubro. Entre os segmentos, Manutenção, Reparação e Instalação de Máquinas e Equipamentos (+452) foi a atividade que mais preencheu postos de trabalho formais no período, seguido por Eletricidade, Gás e Outras Utilidades (+223) e Fabricação de Bebidas (+143).
Com esse resultado, o setor industrial fluminense ficou 84,7% abaixo do desempenho de outubro no ano anterior (+1.233). Fabricação de Produtos Alimentícios (-521) e Metalurgia (-227) foram os setores com os piores desempenhos no mês, em 2025.
No sentido oposto aos demais setores, a Agropecuária fechou 1.155 postos formais de trabalho em outubro.
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O desempenho do mercado de trabalho fluminense foi significativamente disseminado entre os municípios do estado: 59 dos 92 municípios registraram saldo positivo, três registraram estabilidade e 30 encerraram vagas formais de emprego. Os municípios que mais contrataram em outubro foram Rio de Janeiro (+5.296), Niterói (+682), Itaboraí (426), Macaé (+338) e Duque de Caxias (+272).
Desempenho no acumulado do ano
Com os resultados de outubro, o estado do Rio de Janeiro acumulou 104.183 postos de trabalho com carteira assinada no acumulado do ano, resultado 30,2% mais baixo que nos 10 meses de 2024.
De janeiro a outubro de 2025, Serviços (+65.339) foi o que mais contratou, seguido pelo setor industrial (+28.329) pelo Comércio (+9.874) e pela Agropecuária (+641).
As classes econômicas que mais contrataram no ano até outubro foram Obras para Geração e Distribuição de Energia Elétrica e para Telecomunicações (+4.803), Serviços de Engenharia (+4.732), Restaurantes e Outros Estabelecimentos de Serviços de Alimentação e Bebidas (+4.352), Ensino Fundamental (+3.900) e Atividades de Consultoria em Gestão Empresarial (+3.360).
Em relação às famílias ocupacionais, no agregado do Rio de Janeiro, os maiores saldos ficaram por parte de agentes, assistentes e auxiliares administrativos (+16.075), trabalhadores nos serviços de manutenção de edificações (+13.237), ajudantes de obras civis (+7.314), operadores do comércio em lojas e mercados (+6.705) e trabalhadores auxiliares nos serviços de alimentação (+6.314).
