
Foto: Divulgação | Firjan
Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), depois de quatro meses seguidos sem crescimento, a produção industrial registrou alta de 0,8% em agosto em relação a julho, descontados os efeitos sazonais. A Firjan ressalta que, mesmo diante desse resultado positivo, o setor continua encontrando dificuldades para sustentar uma trajetória consistente de crescimento da produção.
O nível de utilização da capacidade instalada tem recuado desde abril, indicando maior ociosidade nas fábricas. Além disso, o desânimo dos empresários se prolonga: indicador de confiança não mostra sinais de reação, revelando um ambiente de cautela, que frea novos projetos. A junção desses fatores é consequência do cenário adverso enfrentado pelo setor — em que o patamar historicamente elevado dos juros e outros entraves estruturais, como a falta de mão de obra qualificada, encarecem o crédito e limitam o espaço para novos investimentos e a expansão da produção.
A Firjan pontua que, nesse ambiente de restrição, a fragilidade fiscal amplia as incertezas que já pesam sobre a indústria. Ainda que medidas de bloqueio de despesas possam contribuir para o cumprimento da meta em 2025, a falta de clareza sobre a sustentabilidade das contas públicas no longo prazo dificulta a criação de condições para uma trajetória de queda dos juros. O resgate da credibilidade fiscal torna-se urgente para reduzir o risco do país, melhorar o ambiente de negócios e viabilizar crédito mais acessível. Sem esse avanço, o setor industrial permanece aprisionado a um ciclo de estagnação, sem condições de retomar um caminho sólido de crescimento.