Superar o preconceito e entender que a saúde mental é fundamental para prosseguir rumo aos sonhos são passos importantes para o autocuidado, tema apresentado na segunda live do programa “Atitude Empreendedora e Saúde Emocional”, em 06/10. A iniciativa é uma parceria da Firjan SESI e do Viva Rio, que se uniram nesse programa, composto de cinco lives, com o objetivo de levar apoio aos moradores de favelas e periferias. A série faz parte do Ciclo Adaptabilidade da Casa Firjan e visa debater, on-line, a importância da saúde mental a partir de um olhar biopsicossocial.
A pandemia aumentou o nível do estresse, sobretudo dos moradores de favelas e periferias, seja por conta do desemprego, do risco de contaminação no transporte coletivo cheio ou pela falta de água para desinfectar as mãos. Apesar disso, a psicóloga Luana Almeida, analista de Projetos Especiais da Firjan, explica que as pessoas, mesmo com ansiedade ou depressão, muitas vezes não se admitem doentes.
“Muitas pessoas acham que o que estão sentindo é frescura, é besteira. Esse preconceito as afasta do tratamento, do autocuidado. Elas não se sentem no direito de adoecer, dizem que não têm tempo para isso, que precisam trabalhar, acordar cedo e não podem se dar ao "luxo" de ficar doente emocionalmente”, destacou a psicóloga.
Práticas integrativas gratuitas
Esse momento de pandemia trouxe sérias complicações do ponto de vista sanitário, de saúde pública e de empregabilidade e vulnerabilidade social, conforme explicou o moderador do encontro, Alexandre Carloni, especialista de Saúde Ocupacional da federação. Ao comentar o preconceito que muita gente tem de ir ao psiquiatra e a resistência em tomar remédio para depressão, Carloni informou que o Sistema Único de Saúde (SUS) conta com práticas integrativas e complementares.
“O Ministério da Saúde e o SUS têm um programa que oferece gratuitamente atendimento na área de acupuntura, homeopatia, fitoterapia, shiatsuterapia. São várias técnicas naturais que estimulam o nosso organismo a produzir o equilíbrio e a saúde mental, sem precisar de medicamentos químicos”.
Luana, por sua vez, deu quatro dicas para melhorar a saúde mental: faça da sua saúde o seu valor inegociável; use o mantra “não quero menos do que eu mereço”, entendendo com isso que tratamentos como psicologia, meditação, respiração são para todos; busque uma rede de apoio – dividindo as tarefas com a família, por exemplo –; adicione hábitos que tragam qualidade de vida, como exercício físico; e cuide da saúde emocional, estando atento, principalmente, à qualidade dos pensamentos.
Já Rogéria Xavier Santos, agente do Programa Firjan SESI Cidadania, contou sua história de vida para exemplificar como a falta de cuidado com a questão emocional pode provocar danos à saúde como um todo. Moradora da Água Branca, Zona Oeste, graduada em Enfermagem e articuladora comunitária há 20 anos, Rogéria conta que há três anos chegou a pesar 110 quilos. Ressaltou que diante das demandas de estudo e cuidado com a família, por anos, acabou não se priorizando e cuidando da sua saúde emocional.
“Aos 41 anos tive minha terceira filha, mas só fui perceber a gravidez aos seis meses, porque estava tudo bagunçado, hormônio, cabeça, sentimento. Após ficar hipertensa, com pressão alta grave, resolvi mudar meu estilo de vida. Perdi 40 quilos após fazer uma bariátrica e hoje cuido para não me deixar de lado. É a cabeça da gente comandando o corpo e a emoção”, pontuou.
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