O resultado do PIB do terceiro trimestre de 2025, que praticamente não cresceu (+0,1%), confirma a perda de fôlego da atividade econômica. Depois de apresentar expansão nos dois trimestres anteriores – 1,5% nos três primeiros meses do ano e de 0,3% de abril a junho - a economia brasileira confirma o cenário de desaceleração.
“Brasil precisa avançar de forma decisiva em uma agenda de competitividade e produtividade. Isso inclui reduzir o custo de produção, simplificar o ambiente de negócios, garantir segurança tributária e regulatória, fortalecer a integração internacional e assegurar sustentabilidade das contas públicas. Sem enfrentar esses desafios, o país seguirá preso a ciclos curtos de avanço, longe do dinamismo necessário para se tornar uma potência econômica”, avalia Jonathas Goulart, economista-chefe da Firjan.
Goulart argumenta que a taxa de juros em nível historicamente elevado continua desestimulando investimentos e comprimindo a demanda doméstica. Esse ambiente já se reflete no mercado de trabalho, com demissões na indústria, e “encontra eco nos indicadores que abrem o quarto trimestre, como estagnação da produção industrial e queda na confiança do empresário industrial”, observa.
A esse quadro soma-se a instabilidade política e econômica, tanto no cenário nacional quanto no internacional. No Brasil, a sustentabilidade das contas públicas permanece frágil e sem mudanças estruturais que restabeleçam o equilíbrio. “Em âmbito externo, apesar dos avanços recentes nas negociações de políticas comerciais, o ambiente ainda é de limitação da inserção internacional da indústria brasileira, pois diversos bens industriais seguem sujeitos a sobretaxas impostas pelas medidas tarifárias americanas”, conclui o economista-chefe da Firjan.