Mostrar a importância do sequenciamento genético em várias áreas, como medicina, indústria alimentícia, agricultura, entre outras, foi o objetivo do webinar “Sopa de letrinhas: o uso do Sequenciamento de Nova Geração (NGS), do genoma ao diagnóstico”. A palestra virtual, em 25/11, foi proferida pela pesquisadora Bianca Henriques, do Instituto SESI de Inovação em Saúde Ocupacional, que abordou o tema, sua aplicação e perspectivas.
O mundo do DNA foi o centro desse episódio da Websérie Pesquisa e Inovação. Bianca começou decifrando o alfabeto de A, T, C, G, nucleotídeos que compõem o código genético dos seres vivos. “A ordem dessas letras no DNA determina as características genéticas dos organismos”, ensina. A técnica que permite determinar a ordem em que as bases nitrogenadas aparecem no genoma de um organismo é chamada sequenciamento. A primeira geração deles surgiu em 1977.
O primeiro genoma humano foi publicado em 2001, tendo 3 bilhões de pares dessas letras, o que parece muito, mas uma salamandra, por exemplo, tem mais de 28 bilhões de pares. A Sequência de Nova Geração, utilizada hoje, é automatizada e permite decifrar genomas inteiros de forma rápida e barata. “O custo do sequenciamento do genoma humano inteiro está abaixo de mil dólares, o que fez aumentar bastante o número de genomas depositados em um banco de dados mundial”, diz Bianca. Os institutos SENAI de Inovação da Firjan realizam o processo em parceria com uma empresa chinesa.
O diagnóstico de patógenos e prevenção de epidemias fez o NGS se tornar mais popular. Foi detectado que o SARS-CoV-2, da Covid-19, tem semelhança com o vírus de pangolim e de morcego. “Conseguimos ver todas as sequências no Brasil. A maioria se enquadra na variante Delta”.
Na indústria petroleira, o sequenciamento detecta as bactérias que causam a biocorrosão, que causam prejuízo anual de R$ 30 a 50 bilhões. Os Institutos SENAI de Inovação da Firjan vão começar estudos nessa linha. Outro uso é na indústria alimentícia: os probióticos contêm organismos vivos que conferem benefício a quem os ingere. A Anvisa manda identificar todas as espécies que estão no alimento para ver qual é probiótico. Na medicina, pode ser feito o sequenciamento de pessoas com propensão ao câncer, visando tratamentos personalizados baseados na genética própria.
Para assistir a este webinar, acesse: https://youtu.be/aERAiOYshsc