
Marcelo Kaiuca, vice-presidente da Firjan e presidente do Induscimento, na abertura do eventoFoto: Vinicius Magalhães
O mercado imobiliário do Rio de Janeiro se prepara para desafios e oportunidades de 2025. O evento “Setor da Construção: Panorama e Perspectivas para 2025”, realizado no Centro de Convenções da Firjan, em 18/2, incluiu os painéis "Panorama do mercado imobiliário: desempenho e perspectiva para 2025” e “Perspectivas de crédito imobiliário para 2025”. O evento é uma realização da Firjan, correalizado pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Rio de Janeiro (Sinduscon-Rio) e pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e apoio da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (ADEMI Rio).
Fábio Tadeu Araújo, CEO da Brain Inteligência Estratégica, enfatizou que, apesar dos desafios econômicos, a expectativa é de um crescimento sustentado para o setor imobiliário. “Em 2024, foram mais de 380 mil novos empreendimentos. Apenas o Sudeste apresentou crescimento de 22,5% de 2023 para 2024. Os imóveis de médio e alto padrão continuam em alta, com consumidores buscando unidades maiores e melhor localizadas”, pontuou.
A demanda por moradia popular também continua em alta, especialmente nas faixas de renda mais baixa. O superintendente nacional da Caixa Econômica Federal, Raul de Oliveira Gomes, apresentou o orçamento recorde da instituição para 2025, que ultrapassa os R$ 124 bilhões. “Estamos em um cenário de expansão forte, que traz novidades e desafios. Em um dia, temos mais de três mil contratos fechados, quase um bilhão em financiamento, 13 novos canteiros”, disse.
“O mercado da construção civil está vivendo um momento muito especial de retomada, impulsionado pela atuação da Caixa e pelas mudanças implementadas no FGTS pelo governo federal em 2023”, completou Fábio Araújo, informando também que Caixa teve meta de 115 mil unidades habitacionais contratadas superada em 2024, atingindo 131 mil unidades.
A colaboração entre diferentes entidades do setor foi outro ponto destacado pelos participantes. Marcos Saceanu, presidente da Ademi-RJ e vice-presidente do Fórum Setorial de Construção Civil da Firjan, e Renato Correia, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), destacaram a importância da união de esforços para enfrentar os desafios do mercado. Correia, em particular, ressaltou a necessidade de subsídios do governo estadual e municipal para apoiar as famílias de baixa renda. "Hoje, no Brasil, temos 93 milhões de pessoas com rendimento abaixo de três salários mínimos. Essas pessoas não têm poupança", alertou o presidente da CBIC, destacando a relevância de políticas públicas para esse público.
O evento foi finalizado por Marcelo Kaiuca, presidente do Fórum Setorial da Construção Civil da Firjan, que apontou a falta de recursos e a lentidão na aplicação de incentivos, como o programa Habita+ do governo do Rio de Janeiro, como obstáculos para o setor habitacional. Kaiuca, que também é presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos de Cimento do Estado do Rio de Janeiro (Induscimento), ressaltou que, apesar das boas intenções, a ausência de fundos ainda compromete a eficácia de programas que visam melhorar o acesso à moradia no estado.
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