Na avaliação da Firjan, o interesse das empresas petrolíferas continua firme para o pré-sal brasileiro e sinaliza a manutenção de um ciclo de investimentos relevante para o país. A análise da federação decorre do sucesso do leilão do 3º Ciclo da Oferta Permanente de Partilha de Produção, promovido hoje (22/10) pela ANP, com resultado de arremate de blocos em mais de 70%.
Cinco das sete áreas ofertadas foram arrematadas, sendo três na Bacia de Campos, em águas fluminenses, e dois na Bacia de Santos, em águas territoriais do estado de São Paulo. O leilão gerou uma arrecadação imediata de R$ 103,7 milhões em bônus de assinatura, assegurando um investimento mínimo de R$ 451 milhões na fase exploratória.
“A forte competição observada em alguns blocos e os expressivos percentuais de excedente em óleo ofertados para a União e de ágio, como o caso do bloco Citrino com mais de 250%, evidenciam a visão otimista das empresas quanto ao potencial das áreas”, afirmou a gerente de Petróleo, Gás, Energias e Naval da Firjan, Karine Fragoso, comemorando o resultado.
Diversificação de empresas
O leilão marcou também um passo importante na diversificação de operadores no regime de partilha do pré-sal. A entrada da Karoon Brasil, que arrematou o bloco Esmeralda, representa a consolidação das atividades da operadora australiana aqui no Brasil. Adicionalmente, a empresa CNOOC Petróleo assume junto a Sinopec o bloco Ametista.
Essas movimentações, somadas à atuação de players consolidados como Petrobras e Equinor, que foram vencedoras nos blocos Citrino, Itaimbezinho e Jaspe, reforçam a atratividade do pré-sal para diferentes perfis de investidores, além de contribuir para a dinamização da cadeia de fornecedores, como observado em análises de rodadas anteriores.
O Rio de Janeiro, que prossegue com os maiores volumes de produção e reservas de petróleo e gás do país, será um dos principais beneficiados pelos resultados deste ciclo. Os investimentos da fase de exploração das empresas vencedoras dos blocos devem impulsionar em um primeiro momento a demanda por empresas que entreguem aquisição e processamento de dados sísmicos, afretamento de embarcações, perfuração e completação de poços. Essa dinâmica é vital para a manutenção e criação de novas oportunidades para nossas indústrias e empresas.
A continuidade do calendário de licitações, reforçada pelo sucesso deste ciclo e pela perspectiva de um quarto ciclo com um número potencialmente maior de blocos, oferece a previsibilidade necessária para que a indústria planeje seus investimentos a longo prazo. “A manutenção das atividades exploratórias é passo fundamental para a reposição de reservas, a segurança energética nacional e o desenvolvimento econômico e social, consolidando o papel estratégico do setor de petróleo e gás para o Brasil e, em especial, para o Rio de Janeiro”, reforçou Karine.