
Luiz Césio Caetano, 1º vice-presidente da Firjan, na abertura do eventoFoto: Paula Johas
No lançamento da 6ª edição do “Perspectivas do Gás no Rio - 2023”, o 1º vice-presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano, destacou que o estudo, feito pela federação, traz uma minuciosa atualização deste mercado, além de análises profundas. O estado do Rio de Janeiro reforçou sua liderança na produção de gás, atingindo o recorde de 72% de toda a produção bruta do país. O evento reuniu dezenas de empresários, autoridades e especialistas em 30/1, na Casa Firjan, um hub de inovação e tendências para as indústrias fluminenses, conectado com o futuro e comprometido em entregar soluções para a Nova Economia.
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"Com o novo contrato assinado entre as distribuidoras e a Petrobras, sobre o mercado livre do gás, os consumidores economizaram em torno de R$ 4 bilhões em 2023, frente o aumento proposto que variava de 40% a 50% em 2021. O novo contrato elevou entre 3% e 8% a tarifa final. A solução teve participação ativa da Firjan”, ressaltou Caetano.
Para destravar de vez o mercado de gás, entre outras medidas, Caetano cita o trabalho constante da federação com os agentes do mercado, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o governo do Estado e a Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Estado do Rio de Janeiro (Agenersa).
Já Hugo Leal, secretário estadual de Energia e Economia do Mar, reafirmou a parceria entre o estado e a Firjan para avançar em muitas pautas: “Temos que pensar na descarbonização, e há também o biogás e o gás natural. Queremos aprovar o projeto 4861, na Câmara dos Deputados, sobre a utilização do gás natural e do biometano nos transportes de carga. Na Rodovia Presidente Dutra (BR-116 Sul), lançamos corredores sustentáveis para caminhões abastecerem rapidamente com esses combustíveis. E duas montadoras já produzem motores movidos a gás natural e biometano.”
Outra iniciativa é o novo projeto “Gás para empregar”, do governo federal. “É preciso demanda para se conseguir competitividade mundial no mercado de gás. Buscamos acelerar a regulamentação e espero até março articular as ações necessárias com a ANP para que haja mais gás para ofertar. O grande volume reinjetado é uma preocupação”, analisou Marcello Weydt, diretor do Departamento de Gás Natural no Ministério de Minas e Energia. O estudo da Firjan SENAI SESI mostra que a reinjeção do gás nas plataformas segue crescendo, alcançando a ordem de 75 MMm³/dia, equivalente a 122% de toda a demanda de gás do Brasil.
O governo federal lançou também este mês, o “Nova Indústria Brasil”, que tem entre seus seis objetivos, a transformação energética. “O desafio é ofertar mais gás a um preço menor. A oportunidade está aberta para desenvolver a indústria rumo à transição energética. Esta política industrial conta com cerca de R$ 300 bilhões. E o novo projeto “Gás para a Indústria” foi feito a partir de contribuições de associações como a Firjan”, garantiu Leonardo Durans, diretor de Desenvolvimento da Indústria de Insumos e Materiais Intermediários no Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Painel sobre Perspectivas do Gás no Rio
Cynthia Silveira, presidente do Conselho Empresarial de Petróleo e Gás da Firjan, mediou um painel sobre as perspectivas do gás no Rio de Janeiro nos próximos anos: “O gás provém a segurança energética. Nos dias de pico de calor, quem entra em cena são as térmicas a gás no estado do Rio. O que faz o empresário investir para usar ou produzir gás é o planejamento e a regulação simplificada, tanto a federal como a estadual. O gás tem que ser mais barato no Rio porque aqui é a entrada do sistema de transporte”.
“2024 é o ano para transformar ofertas potenciais em reais. A chave é a infraestrutura. Quando há planejamento, a oferta começa a crescer. Também é preciso demanda; existe bastante para as térmicas e o gás natural veicular (GNV) no Rio. Um 'spoiler': temos um plano de escoamento e de atração de investimentos para o gás, de R$ 2 bilhões, que será lançado em breve”, adiantou Heloisa Borges, diretora de Estudos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis na Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
Tanto se falou de regulação, que chegou a vez da representante da ANP falar: “A palavra-chave é coordenação. Brevemente a diretoria da ANP vai analisar um estudo sobre acesso ao gás. E a análise de impacto regulatório deve ser aprovada ainda neste primeiro semestre, para entrar em consulta e publicação. A agência tem um senso de urgência e preocupação de entregar soluções boas para fortalecer os investimentos em todos os elos da cadeia”, disse Heloíse Helan Costa, assessora de diretoria na ANP. Segundo Heloíse, a Lei do Gás deixou muitos itens para serem regularizados pela agência.
Sobre a regulação estadual, o conselheiro da Agenersa, Vladimir Paschoal, falou sobre a cadeia do gás e também elogiou as contribuições da Firjan: “Este mercado é complexo. Defendo o diálogo entre os vários elos e que todos avancem juntos. O Rio busca tarifas competitivas e segurança jurídica de regulação. Estamos na iminência de regular o mercado livre de forma a viabilizar as operações”.
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