Acelerada pela pandemia, a revolução digital modifica a cadeia produtiva e os comportamentos de consumo. Modernizados, os canais de compras, distribuição e vendas refletem um novo cenário, no qual os efeitos da crise ainda são desconhecidos. Os impactos do momento e os rumos da indústria de alimentos, bebidas e panificação, que representa cerca de 10% do PIB do país, foram debatidos por executivos nesta quinta-feira, 10/12, em evento on-line da Firjan.
Durante o encontro virtual, que abordou “o presente e o futuro da indústria de produtos alimentares e bebidas”, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, presidente da Firjan, inaugurou o Centro de Referência em Alimentos, Bebidas e Panificação da Firjan SENAI SESI Tijuca, unidade de formação profissional sustentável, com laboratórios e equipamentos de ponta.
Também participaram do evento Maurício Câmara, CEO da Danone; Carla Smith, presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja; Paulo Menegueli, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria (Abip); e o embaixador Rubens Barbosa, presidente da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo). Homenageado, Armando Brasil Salgado, presidente do Sindicato da Indústria de Bebidas em Geral do Município do Rio de Janeiro (Sindbebi), de 95 anos, dá nome ao setor de bebidas da nova unidade.
“O Centro de Referência em Alimentos, Bebidas e Panificação da Firjan SENAI SESI Tijuca foi pensado e construído para trazer modernidade e tecnologia à nossa formação profissional. Uma boa escola contribui para um setor mais forte, aumentando a produtividade, na medida em que capacita mão de obra especializada, que gera produtos com maior qualidade”, ressaltou o presidente da Firjan.
Assista ao tour virtual
O setor de alimentos e bebidas representa aproximadamente 25% do total da indústria de transformação, com cerca de 1,6 milhão de empregos diretos. Em constante mudança, a panificação e a confeitaria têm novas formas de trabalho, produtos e ideias, acompanhando as tendências de um mercado impactado pela revolução digital. Equipamentos da indústria 4.0, inteligência artificial na produção e canais de venda e de distribuição digitalizados fazem parte do novo cenário.
Maurício Câmara, CEO da Danone, relacionou as mudanças nos padrões de consumo às novas tecnologias. “Com as mídias sociais, estamos expostos a um público que às vezes sequer experimentou o produto, mas emite opiniões com base em influenciadores digitais. É preciso estudar o fenômeno para se inserir nesse contexto de forma positiva”, alertou Câmara.
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O setor de alimentos e bebidas representa aproximadamente 25% do total da indústria de transformação, com cerca de 1,6 milhão de empregos diretos. | Foto: Paula Johas. |
Mercado de cerveja na pandemia
O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de cerveja, ficando atrás apenas da China e dos Estados Unidos. Bebida que faz parte da cultura do brasileiro, a cerveja tem 60% de seu consumo realizado em estabelecimentos como bares e locais de eventos. Com isso, foi um dos mais prejudicados pela pandemia. A indústria de embalagens também foi atingida pelas restrições impostas pela quarentena, causando grande impacto na produção e nas vendas, e os fabricantes foram obrigados a reduzir a oferta de algumas marcas nas prateleiras de supermercados e lojas.
“O ano foi muito difícil, mas também foi de muita resiliência e uma série de ações. Iniciativas e parcerias têm ajudado muito. O setor é próspero e impulsionado pelas cervejas artesanais, por exemplo, que têm contribuído para o crescimento da categoria. O seu desenvolvimento é muito importante para o país”, ponderou Carla Smith Crippa, presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja.
Assista à inauguração da nova unidade e ao debate.
E conheça o novo Centro de Referência em Alimentos, Bebidas e Panificação da Firjan SENAI SESI Tijuca.