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Firjan debate impactos da proposta de redução da jornada de trabalho 6x1 com deputado federal Luiz Gastão

Da esq. para a dir.: Luiz Carlos Renaux, Luiz Césio Caetano, deputado Luiz Gastão e Pedro Capanema

Da esq. para a dir.: Luiz Carlos Renaux, Luiz Césio Caetano, deputado Luiz Gastão e Pedro CapanemaFoto: Vinícius Magalhães | Firjan

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Publicado em 09/10/2025 09:53  -  Atualizado em  09/10/2025 15:53

O Conselho Empresarial Trabalhista e Sindical da Firjan recebeu, em 6/10, o deputado federal Luiz Gastão Bittencourt da Silva (PSD-CE) para debater a proposta de redução da jornada de trabalho 6x1, da qual é relator na Câmara dos Deputados. O parlamentar compartilhou sua experiência tanto como legislador quanto como empresário, enfatizando a importância desse tema para a indústria brasileira.

A reunião foi aberta pelo presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano, e mediada pelo presidente do Conselho, Luiz Carlos Renaux. Caetano enfatizou a relevância da pauta que gira em torno de possíveis mudanças na jornada de trabalho, um tema que vem sendo amplamente discutido e tem provocado dúvidas.

"A jornada é apenas um aspecto de um quadro maior. As indústrias enfrentam pressões constantes para aumentar a produtividade, especialmente em um cenário em que a concorrência é acirrada e as questões geopolíticas influenciam o mercado. É preciso encontrarmos soluções que não apenas abordem a jornada de trabalho, mas que também considerem o contexto mais amplo em que as indústrias operam atualmente", afirmou o presidente da federação.

O deputado destacou a importância da colaboração entre os setores público e privado para encontrar soluções viáveis e sustentáveis: "Precisamos entender que cada medida tomada na legislação trabalhista deve considerar o impacto direto sobre a geração de emprego e o fortalecimento da indústria". Gastão Bittencourt defendeu muito debate em relação ao tema e uma possível consulta pública. “A expectativa é que as propostas beneficiem tanto os trabalhadores quanto os empregadores, visando um equilíbrio que promova o crescimento do setor industrial”, avaliou.

Em sua apresentação, Gastão Bittencourt se concentrou na evolução histórica das jornadas de trabalho no Brasil, conforme as constituições de 1934 e 1988, que reduziu gradualmente a jornada de 48 horas para 44 horas semanais. Ele também enfatizou que o aumento dos custos de produção impacta diretamente o preço final para o consumidor, um ponto crucial a ser considerado nas discussões.

gerente de Estudos Econômicos, Jonathas Goulart, apresentou uma análise sobre os impactos econômicos da proposta de redução da jornada de trabalho. Goulart salientou que essa discussão não é nova e já foi testada em vários países. "Temos uma responsabilidade de entender como essa mudança pode impactar a vida do trabalhador e a economia como um todo", disse e traçou um panorama dos resultados observados em nações como Bélgica, Chile e França, revelando que, em muitos casos, o resultado não foi o esperado devido a desequilíbrios gerados nas relações trabalhistas e na produtividade.

Um dos pontos levantados por Goulart foi que, se o Brasil reduzir a carga horária de trabalho sem considerar os impactos sobre a produtividade, a economia poderá sofrer com uma queda na produção. Ele esclareceu que a redução das horas trabalhadas sem um aumento correspondente na eficiência pode resultar em custos mais altos para as empresas ou menor produção, o que, por sua vez, afeta a competitividade. "Se diminuirmos a jornada sem um aumento de produtividade, estaremos gerando um problema ainda maior", alertou.

Estimativas indicam que, caso a jornada semanal seja reduzida para 36 horas, o custo de produção poderia aumentar em R$ 115,9 bilhões por ano. Para uma jornada de 40 horas, a estimativa é de um impacto de R$ 35,5 bilhões, evidenciando que a implementação dessa mudança exigiria um planejamento cuidadoso para evitar repercussões negativas, de acordo com o gerente de Estudos Econômicos.

O assessor jurídico do Conselho, Pedro Capanema, também deu seu parecer sobre o tema reforçando a importância de tratar o assunto de forma ampla e contextualizada. “Esse debate não pode ser tratado fora de contexto. Se chegarmos à Câmara para discutir apenas a jornada, de forma isolada, a discussão se torna frágil. É claro que todos gostariam de descansar mais de um dia por semana, mas essa questão precisa ser analisada dentro de um cenário maior, que envolve produtividade, competitividade e as especificidades regionais”, afirmou.

Segundo Capanema, na América Latina, o Brasil não está descontextualizado em relação à jornada semanal, e que qualquer mudança deve considerar o impacto na automação e no emprego. “A automação é uma realidade, mas pode ser agravada por uma redução indevida da jornada. O setor bancário é um exemplo: com o avanço tecnológico e a busca por redução de custos, vimos a diminuição de postos de trabalho e o fechamento de agências. Não é esse o caminho que queremos para todos os setores”, alertou.

O presidente do Conselho encerrou o debate ressaltando que a Firjan vem discutindo o tema desde o final do ano passado, e defendeu que a redução da jornada não deve ser tratada como a única solução. “Temos insistido que é preciso olhar para a adequação setorial, investir em convenções coletivas e fortalecer a negociação entre sindicatos e federações. Cada setor tem sua realidade, e as soluções precisam refletir essas diferenças.”

Renaux reafirmou a confiança no trabalho do deputado Gastão Bittencourt como relator do projeto. “É um privilégio ter o deputado Gastão à frente dessa relatoria. Além da competência política, ele é um empresário que entende as dores do setor produtivo, especialmente do comércio, um dos mais impactados por mudanças nas jornadas. Temos certeza de que o debate no Congresso será conduzido de forma responsável e equilibrada”, concluiu.

 
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