Discussões e networking no III Seminário Internacional Gráfico, promovido pela Firjan SENAI SESI, nesta quarta-feira (17/9), reuniram cerca de 500 profissionais do setor, editoras, autores e leitores. As inovações e tendências do mercado editorial, tanto no Brasil quanto globalmente, foram debatidas, na Casa Firjan. Durante a manhã, mesas de diálogo contaram com a participação de grandes autores, como Itamar Vieira Jr. e Eliana Alves Cruz, ambos vencedores do Prêmio Jabuti, além da cantora e autora Zélia Duncan.

Na abertura do seminário, o presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano, enfatizou a importância do encontro para o reposicionamento estratégico da indústria gráfica fluminense, visando colocá-la na liderança do mercado nacional. Ele anunciou que o Centro de Referência em Gráfica da Firjan SENAI SESI, no Maracanã, continuará oferecendo cursos gratuitos para formar profissionais qualificados e expandir o acesso à educação por meio de escolas móveis em todo o estado.

“O verdadeiro foco do mercado editorial é o leitor, que consome variados tipos de materiais, desde didáticos até literários. A Firjan SESI está comprometida com iniciativas que fomentem a leitura e a literatura, incluindo o Prêmio Rio de Letras, que, por meio de uma parceria com a Academia Brasileira de Letras e a Secretaria Estadual de Educação, mobiliza alunos do ensino médio, promovendo a leitura e a escrita criativa”, comemorou a iniciativa.

O evento gráfico e literário ressaltou a importância do fortalecimento do mercado editorial brasileiro, que se insere nas comemorações do Rio como Capital Mundial do Livro. Caetano destacou que o seminário visa promover um debate abrangente sobre toda a cadeia produtiva do livro, desde produtores a leitores. O presidente afirmou que, mediante a troca de conhecimentos sobre comportamento de consumo, tendências e novas tecnologias, a Firjan busca reposicionar a indústria gráfica do estado do Rio de Janeiro, estabelecendo metas para torná-la líder no mercado nacional.

Luiz Césio Caetano, presidente da Firjan | Foto: Paula Johas

Caetano reforçou a relevância de eventos como o Seminário Internacional Gráfico, que iluminam a indústria gráfica fluminense e que são passos decisivos para a recuperação e o reconhecimento do setor no cenário nacional.

“Este evento foi um espaço de reflexão e encontro de toda a cadeia do livro – autores, editores, designers, gráficos, que juntos transformamos ideias em impressos para transmitirmos cultura e conhecimento. Nosso setor tem papel central na vida cultural e econômica do estado. O Rio de Janeiro abriga uma ampla rede de gráficas, espalhadas pela maior parte dos seus municípios, e que têm papel expressivo na produção editorial do país”, explicou Carlos Augusto Di Giorgio Sobrinho, presidente do Sindicato das Indústrias Gráficas do Município do Rio (Sigraf).

Já a vice-presidente do Sigraf, Renata Daflon, salientou a força da indústria gráfica fluminense. "Hoje, celebramos a grandiosidade que a nossa indústria merece. É um orgulho testemunhar o destaque que o mercado editorial carioca recebe, com muitas gráficas editoriais de excelência que merecem reconhecimento”, discursou.
Daflon reafirmou o valor da indústria do estado do Rio, “que gera prosperidade para todos que acreditam no poder das páginas impressas, seja para contar histórias que emocionam, ensinar por meio de apostilas que formam gerações ou oferecer um refúgio único através de narrativas bem contadas", acrescentou.

O evento foi definido por Sergei da Cunha Lima, presidente do Sindicato das Indústrias Gráficas do Sul Fluminense (Singrasul), como um espaço vital para o fortalecimento do setor gráfico, contribuindo para a evolução da produção editorial no Brasil e o fortalecimento da cultura leitora. "Nunca tinha tido a experiência de uma exposição imersiva assim, e me surpreendeu positivamente. A história evolutiva e a magnitude dessa indústria no desenvolvimento da humanidade estão muito bem contadas, e isso é importante para ampliar o conceito e o entendimento do setor perante a sociedade", analisou.

Vagner Amaro, editor da Male, foi aluno do curso de Design Gráfico da Firjan SENAI Maracanã e também é vencedor do Prêmio Jabuti. Ele participou do painel Autores e Editores: o desenvolvimento do livro, que teve também as autoras Zélia Duncan e Eliana Alvez Cruz e a editora Janaina Senna, da Agir, com mediação de Bianca Ramoneda.

“Ainda jovem quando estudei na Firjan SENAI não imaginava que seria um escritor, mas já sonhava que passaria a vida toda produzindo livros. Já era um grande leitor. Foi muito interessante fazer o curso porque queria aprender a produzir livros. Quinze anos depois, abri a Editora Male e vi que os conhecimentos do início da carreira foram muito importantes”, analisou Amaro.

O evento também proporcionou intervenções artísticas, enfatizando a conexão entre autores e leitores, além de contar com a distribuição de um jornal impresso sobre o seminário. Uma exposição interativa intitulada “De onde vem o livro que você lê?” ofereceu aos participantes uma experiência imersiva com óculos 3D, explorando a história do livro e da tecnologia gráfica, desde Johannes Gutenberg até os dias atuais.

Outra atividade foi um hackathon criativo, onde alunos do curso Técnico em Design Gráfico, do Centro de Referência em Gráfica Firjan SENAI SESI Maracanã, tiveram a oportunidade de criar a arte da capa do livro Rio de Letras 2025. À tarde, os participantes puderam participar de painéis abordando temas como “Tendências e Inovações no Mercado Gráfico e Editorial”, “Tendências e Tecnologias que estão moldando a Indústria” e “Likes que Viram Livros: Como as Redes Sociais estão impulsionando a publicação impressa”. Entre os palestrantes: Dante Cid, presidente do SNEL; Paulo Faria, CEO da Koenig & Bauer do Brasil; Sandra Rosalen, da Universidade de Wuppertal, na Alemanha; Silvia Montes, presidente da Heidelberg do Brasil, e Emma House, do Oreham Group.

Acima: Bianca Ramoneda, Eliana Alves Cruz, Zélia Duncan, Janaína Senna e Vagner Amaro | Foto: Paula Johas