
Vinicius Cardoso, diretor de Educação e Cultura da Firjan SENAI SESI, falou para um público de cerca de 400 pessoas.Foto: Divulgação / Firjan
Nesta sexta-feira e sábado, 11 e 12/7, a Casa Firjan e a Firjan SESI realizam o III Encontro de Educadores do Século XXI – A Escola em Tempos de Complexidade. O evento visa à reflexão sobre os caminhos da Educação no Brasil. Na abertura, o diretor de Educação e Cultura da Firjan SENAI SESI, Vinicius Cardoso, falou sobre a escola como espaço de reconstrução de vínculos. Cerca de 400 pessoas se reuniram para o primeiro dia.
“A maior crise da educação, hoje, não é de aprendizagem, mas de sentido. É preciso reconstruir os vínculos entre escola, alunos e famílias, especialmente após os impactos da pandemia”, destacou Cardoso. “Não há projeto pedagógico possível sem afeto. A escola precisa se assumir como espaço de pertencimento e escuta, indo além da função de transmitir conteúdos”, acrescentou, reforçando que, para isso, é essencial valorizar a escuta ativa dos estudantes, oferecer segurança emocional e restabelecer um pacto de confiança entre toda a comunidade escolar.
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Fausto Augusto Júnior, presidente do Conselho Nacional do SESI. Foto: Divulgação / Firjan.
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Saiba mais sobre o III Encontro de Educadores do Século XXI
A escola precisa se assumir como espaço de pertencimento e escuta, indo além da função de transmitir conteúdos. Vinicius Cardoso, diretor de Educação e Cultura da Firjan SENAI SESI.
A programação trouxe à tona temas como escuta ativa, valorização do professor, vínculos afetivos na escola, inovação pedagógica e o papel da educação na construção de futuros mais justos e sustentáveis. Ao longo da manhã, palestrantes com trajetórias diversas compartilharam ideias, inquietações e propostas para o fortalecimento da educação como motor de transformação social.
Fausto Augusto Júnior, presidente do Conselho Nacional do SESI, falou sobre o papel da instituição na formação de educadores. Ele ressaltou a importância de respeitar o tempo docente, não apenas o tempo em sala, mas também o de planejamento e formação e chamou a atenção para a necessidade de políticas públicas que priorizem o bem-estar emocional dos educadores.
“A sala de aula é um espaço político onde se discute o futuro do país. Vivemos um tempo de grandes transições. A escola deve ser aliada e não refém dela. Nenhum processo de inovação educacional será bem-sucedido se desconsiderar o olhar e a experiência de quem está em sala de aula”, avaliou o presidente do Conselho Nacional do SESI, argumentando sobre a necessidade da valorização do professor. “A formação continuada precisa partir das necessidades reais de cada território, com escuta, diálogo e protagonismo docente”, concluiu.
Novas Construções Sociais de Aprendizagem foi o tema proposto pelo educador, antropólogo, pedagogo e grande dinamizador da gestão democrática na Educação, José Pacheco, idealizador da Escola da Ponte e articulador de redes de inovação educativa em Portugal e no Brasil. Ele propõe um mergulho em experiências reais que rompem com a lógica da instrução e abraçam a aprendizagem como construção coletiva, afetiva e contextualizada.
Vivemos um tempo de grandes transições. A escola deve ser aliada e não refém dela. Nenhum processo de inovação educacional será bem-sucedido se desconsiderar o olhar e a experiência de quem está em sala de aula. Fausto Augusto Júnior, presidente do Conselho Nacional do SESI.
“A escola deve preparar os estudantes para o presente e também para os desafios do futuro, promovendo competências como pensamento crítico, empatia, colaboração e responsabilidade social”, disse Pacheco, que sempre propôs um currículo mais flexível e conectado ao território, com participação ativa dos jovens na formulação de políticas educacionais. “Sem educação com propósito, não há democracia sólida nem desenvolvimento sustentável”, afirmou.
O III Encontro de Educadores do Século XXI reafirmou o compromisso da Firjan com a valorização da educação como eixo central para o desenvolvimento do estado e do país. A partir de diferentes perspectivas, os palestrantes convergiram em um ponto essencial: é preciso colocar as pessoas no centro da escola: estudantes, professores, famílias e comunidades.
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José Pacheco apresentou a palestra Novas Construções Sociais de Aprendizagem. Foto: Divulgação / Firjan. |