
Luiz Césio Caetano, Cláudio Castro e Eduardo EugenioFoto: Paula Johas
A convite da Firjan, o governador Cláudio Castro falou aos empresários sobre assuntos de interesse da indústria fluminense, como competitividade, industrialização, emprego, segurança, capacitação, ambiente fiscal, infraestrutura e logística, entre outros. O encontro ocorreu nesta segunda (30/6), na sede da federação, ocasião em que Castro recebeu do presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano, uma carta de intenções com 14 propostas da federação para a melhoria do ambiente de negócios e da competitividade (com destaque para a ferrovia EF-118 e o ICMS), além de uma placa comemorativa das mãos do presidente do Conselho, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira.
“A Firjan reforça a importância do diálogo permanente entre o poder público e a indústria para a construção de um ambiente de negócios mais competitivo, com foco em investimentos, inovação e geração de empregos”, destacou Caetano ao entregar o documento que tem, entre os 14 pontos, as articulações com o governo federal para tirar do papel as obras da EF-118, as propostas de redução de incentivos fiscais em trâmite na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj); e questões relacionadas à transação tributária e ao programa especial de Regularização Fiscal (Refis).
Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira reafirmou que o encontro com o titular do Palácio Guanabara faz parte da iniciativa da Firjan de ouvir as lideranças públicas que têm um papel estratégico no desenvolvimento do estado. “Nosso objetivo é aprofundar o diálogo entre o setor produtivo e o governo, identificar caminhos comuns e colaborar com propostas concretas que gerem empregos e promovam o crescimento sustentável em todas as regiões do estado".
Claudio Castro enfatizou que está determinado a virar a página da desindustrialização e da insegurança jurídica para abrir caminho a um novo ciclo de crescimento produtivo e reforçou compromissos com o setor produtivo como competitividade, previsibilidade fiscal e apoio à inovação.
Um ponto relevante da fala do governador foi a defesa da implantação da ferrovia EF-118, considerada estratégica para ampliar a integração logística entre o Rio de Janeiro e o Espírito Santo. Anunciou investimentos em corredores logísticos, como entre o Porto do Açu e o Comperj. A ligação ferroviária pela EF-118, que já conta com estudos avançados, tem o potencial de reduzir custos de transporte e estimular investimentos industriais ao longo do seu traçado. Castro ressaltou que “o governo do estado acompanha de perto o andamento do projeto, por sua importância para o escoamento da produção fluminense e a atração de novos empreendimentos”.
Na Carta de Intenções da Firjan, para a construção da EF-118, é destacada a importância do envolvimento direto do estado nesse projeto, por meio da articulação com o governo federal, a iniciativa privada e demais estados, para a celeridade desse processo. A previsão é que a ferrovia seja licitada no primeiro trimestre do próximo ano.
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Lideranças empresariais participaram do debate com o chefe do executivo estadual | Foto: Paula Johas |
Em relação ao ambiente fiscal, Castro garantiu que não haverá surpresas. Disse que sua gestão se compromete com um modelo de incentivo transparente e duradouro, respeitando a Lei de Responsabilidade Fiscal e dialogando com a Alerj. Além disso, anunciou que está em estudo um novo programa de atração de empresas de base tecnológica e de baixo impacto ambiental, com foco na transição energética. No campo regulatório, enfatizou o compromisso com a segurança jurídica e a previsibilidade tributária, criticando o histórico de mudanças abruptas que afastou investidores do estado. "Ninguém investe onde as regras mudam no meio do jogo", disse.
De acordo com a Carta da Firjan, a federação está acompanhando com enorme preocupação as propostas legislativas em trâmite na Assembleia, que propõem a redução de incentivos fiscais atualmente vigentes, e alerta que a retirada desses incentivos poderá gerar efeitos adversos imediatos, como desemprego, desmobilização de plantas industriais e até mesmo perda de arrecadação.
Entre os empresários presentes, Kátia Alves Espírito Santo, vice-presidente da Firjan CIRJ e presidente da Associação dos Produtores e Amigos da Cachaça do Estado do Rio de Janeiro (Apacerj), elogiou as ações relevantes do governo na conservação de estradas no interior fluminense. “No Carmo, nas RJ-160 e e RJ-158, o asfalto deixou de ter buracos, o que evita acidentes. São ações concretas como essas que impactam favoravelmente a vida dos munícipes e permitem a nossa atividade produtiva no meio rural”, analisou.
Na área de formação profissional, o governador defendeu a aproximação com o Sistema S e com as escolas técnicas, visando adaptar a formação às demandas da nova indústria. "Temos que preparar nossos jovens para o mercado que está surgindo, não para o que já passou. Não há solução para os desafios do Rio sem os empresários. Quem gera emprego não é o governo, mas a iniciativa privada".
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Entre Caetano e Eduardo, o governador analisa o documento que reúne os pleitos da indústria fluminense | Foto: Paula Johas |