
Márcio Fortes, diretor de Relações Institucionais Firjan, e Osmar Lima, secretário municipal de Desenvolvimento EconômicoFoto: Vinícius Magalhães
Parcerias estratégicas entre governos e setor privado para impulsionar inovação logística e consolidar o Rio de Janeiro como referência nacional em integração porto-cidade. Esse foi o destaque da abertura do encontro voltado ao comércio exterior, à logística e à inovação portuária, o Fórum de Soluções COMEXLOG RJ 2025, que começou nesta terça-feira (14/10) e prossegue até quarta (15/10), no Píer Mauá.
A quarta edição do evento é uma realização do Clube Empreendedor Brasil e do Distrito Empresarial do Porto do Rio de Janeiro, com apoio da Firjan, do Ministério de Portos e Aeroportos (MPor), da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) e do Hub Brasil Export.
O diretor de Relações Institucionais da Firjan, Márcio Fortes, abriu o Fórum com uma análise otimista sobre o papel do Rio de Janeiro no comércio exterior e na logística nacional. Representando o presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano, Fortes apresentou dados do Diagnóstico de Comércio Exterior do Estado do Rio de Janeiro 2023, elaborado pela Firjan, que apontam os principais desafios enfrentados pelas empresas. Entre os entraves, destacam-se a burocracia tributária e alfandegária, além dos altos custos de frete internacional.
“Mais de 80% das empresas respondentes indicaram que aumentariam suas exportações ou importações caso esses entraves fossem superados”, ressaltou, Fortes, reforçando o potencial de crescimento da pauta internacional fluminense. A corrente de comércio do Rio de Janeiro entre janeiro e setembro de 2025 chegou a quase US$ 59 bilhões, o que representa cerca de 12% do comércio exterior brasileiro. “Esse dado revela o dinamismo e a diversidade da economia fluminense: quase 40% das exportadoras são micro e pequenas empresas, evidenciando o papel social da internacionalização dos negócios”.
Em nome do ministro Sílvio Costa Filho, Tetsu Koike, diretor de Programa de Políticas Setoriais, Planejamento e Inovação do Ministério de Portos e Aeroportos, reforçou a importância do Fórum. “Eventos como este são fundamentais para reafirmarmos o nosso compromisso com o desenvolvimento do estado do Rio de Janeiro e de suas cidades portuárias. Mesmo que, em Brasília, formulemos políticas públicas, é aqui, junto às pessoas, às comunidades e às empresas — especialmente nos portos — que o comércio exterior realmente acontece, que a infraestrutura é utilizada e que a logística se desenvolve”, declarou.
Já o subsecretário estadual de Energia e Economia do Mar, Sérgio Chaves Jr, destacou que o Fórum reafirma o papel estratégico do Rio de Janeiro como centro de inovação, integração e competitividade do setor portuário e logístico nacional. “É na zona portuária do Rio, símbolo da integração porto-cidade, que o futuro da logística brasileira começa a se concretizar,” ressaltou, citando que o estado possui cinco portos federais, 40 terminais de uso privativo, o maior complexo portuário privado da América Latina, além de três estaleiros em operação.
“A Secretaria de Energia e Economia do Mar, criada em 2023, é a primeira secretaria do Brasil dedicada exclusivamente à energia e à economia do mar. Mais da metade da receita estadual vem da exploração e comercialização de petróleo e gás”, analisou Chaves Jr.
A importância do Fórum para gerar debates e soluções sobre a cidade foi salientada por Osmar Lima, secretário municipal de Desenvolvimento Econômico do Rio e presidente da Companhia Carioca de Parcerias e Investimentos (CCPar).“É aqui que a cidade acontece e pensamos juntos em soluções para construir cadeias logísticas eficientes. Alternativas para desenvolver mecanismos de suprimentos e mecanismos de transação de maneira eficiente”, analisou Lima.
Leonardo Ribeiro, presidente do Distrito Empresarial do Porto do Rio e vice-presidente do Clube Empreendedor Brasil, enalteceu a parceria com o Ministério de Portos e Aeroportos para a realização do evento. “Temos como missão promover conexões, aproximar pessoas relevantes do ecossistema empresarial e estimular um ambiente de negócios produtivo, colaborativo e transparente. Nosso papel é justamente esse: unir forças para impulsionar o desenvolvimento e a inovação”, disse.
A capacidade de traçar novas estratégias para o desenvolvimento do estado foi destacada pelo presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ), Miguel Fernández. A partir daí, o Conselho articula um processo de reorganização de sua base de informações, transformando dados técnicos em instrumentos estratégicos de gestão e planejamento.
“A Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), um documento exigido para a execução de obras e serviços de engenharia, também possui informações de altíssima qualidade sobre o que está sendo feito no estado: quais serviços são realizados, quanto é investido, quem são os profissionais contratados e quanto tempo cada projeto leva”, explicou Fernandez.