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Firjan SENAI participa de debate sobre ciência, futuro e colaboração com cientistas ganhadores do prêmio Nobel

Encontro reuniu pesquisadores. Entre eles, o ganhador do Prêmio Nobel de Química 2021.

Encontro reuniu pesquisadores. Entre eles, o ganhador do Prêmio Nobel de Química 2021.Foto: Luciola Villela / Firjan

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Publicado em 17/04/2024 09:40  -  Atualizado em  18/04/2024 10:53

Cooperação foi a palavra-chave do painel que reuniu, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), o prêmio Nobel de Química 2021, David MacMillan, o pesquisador-chefe do Instituto SENAI de Inovação (ISI) em Química Verde da Firjan, Antônio Augusto Fidalgo Neto, e o pesquisador do Instituto Todos pela Saúde, Anderson F. Brito. O debate “O poder da colaboração, entre disciplinas, entre setores” fez parte do encontro Nobel Prize Dialogue, realizado em 15/4.

“Temos uma prática definida por colaboração. É preciso envolver muitas áreas de pesquisa para o desenvolvimento de inovação para a indústria. É de suma importância sermos colaborativos, mas não é fácil. Quando encaramos desafios como a pandemia e as mudanças climáticas, precisamos de pessoas diversas para alcançar uma solução”, analisou Fidalgo.

É preciso envolver muitas áreas de pesquisa para o desenvolvimento de inovação para a indústria. Antonio Augusto Fidalgo Neto, pesquisador-chefe do Instituto SENAI de Inovação em Química Verde da Firjan.

O representante da Firjan ainda frisou a importância da colaboração entre o mundo acadêmico, a indústria, a sociedade e a força do mercado. “A sustentabilidade e o futuro dependem de um mercado bem-educado e desses outros pilares”, concluiu.

Já o pesquisador David MacMillan, que recebeu o Prêmio Nobel de Química 2021 por desenvolver uma nova ferramenta precisa para a construção molecular - organocatálise, concordou com as declarações de Fidalgo. A descoberta de MacMillan teve um grande impacto na pesquisa farmacêutica e tornou a química mais verde.

“Ganhei o Nobel, mas foi um trabalho em grupo. É um motivo de orgulho. No dia anterior a receber o prêmio, ninguém falava comigo, nem em grupo de redes sociais. Já com o Nobel, passei a ser procurado pelos principais canais de imprensa do mundo. E não tinha treinamento para isso”, contou MacMillan.

O pesquisador britânico considera o trabalho de pesquisa colaborativa “muito importante para o Brasil, em especial, para impulsionar a ciência aplicada e para ter impacto na indústria. É preciso expandir o diálogo do mundo acadêmico para a indústria e para o social”.

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Antonio Fidalgo representou a Firjan no Nobel Prize Dialogue. Foto: Luciola Villela / Firjan


No mesmo painel que David e Fidalgo, o virologista Anderson F. Brito falou de seu trabalho intenso durante a pandemia: “Comecei antes dos primeiros casos de Covid-19 saírem da China. Reuni um grupo com epidemiologistas, médicos, virologistas, biólogos moleculares. E precisei me dedicar a combater as fake news nas mídias sociais”. Ele conta que a mídia tradicional começou a acessar o trabalho do Instituto Todos Pela Saúde nas redes para obter informações confiáveis.

O Nobel Prize Dialogue reuniu, durante todo o dia, três cientistas ganhadores do prêmio Nobel sob o tema geral: “Criando nosso futuro juntos com a ciência”. Além de MacMillan (Química), May-Britt Moser (Medicina) e Serge Haroche (Física), bem como convidados brasileiros que discutiram o papel das universidades, como tornar a prática da pesquisa mais inclusiva e a importância da ciência para a construção coletiva do futuro. 

Organizado pela Academia Brasileira de Ciências (ABC) e Nobel Prize Outreach, o evento lotou o Teatro Odylo Costa, filho, no campus Maracanã da Uerj, e contou com expressiva participação do público, predominantemente de estudantes e pesquisadores. Na quarta, 17/04, o Dialogue acontece em São Paulo, com discussão sobre o valor da ciência, as responsabilidades dos cientistas, o papel das universidades e estratégias para a transição para um mundo mais sustentável, entre outros temas debatidos no Rio.

 
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