Com a entrada em vigor na quarta-feira, dia 6/8, das tarifas impostas pelos Governo dos EUA aos produtos brasileiros, a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) reitera a importância da continuidade do diálogo entre governos, com apoio do setor empresarial, para a busca de soluções negociadas e que preservem o ambiente de negócios e investimentos entre os países.
O cenário atual promove insegurança ao comércio e prejuízos à competitividade e atuação das empresas fluminenses no mercado internacional, em especial aos pequenos e médios empresários. No estado do Rio de Janeiro, as micro e pequenas empresas são 38% das empresas exportadoras e respondem por 4% (US$ 311 milhões) do valor total exportado pelo estado.
Mais uma vez, vale ressaltar o longo e frutífero histórico de relações diplomáticas e comerciais entre Brasil e EUA. Os EUA são o principal investidor externo direto no mercado brasileiro e o segundo maior parceiro comercial do Brasil, registrando superávit de US$ 7 bilhões em relação ao Brasil em 2024.
Observando o cenário do estado do Rio de Janeiro, a estimativa da Firjan é de que 2% das exportações fluminenses estarão sujeitas às tarifas implementadas, com base nas exportações totais de 2024.
Ao ampliar a análise, observa-se reflexos em produtos dos setores de Alimentos e Bebidas, Gráfico, Borracha, Pedras Ornamentais, Plástico, Químico, Têxtil e Pescado. Em especial, é necessário atentar também para efeitos indiretos ao longo da cadeia produtiva, principalmente no que tange às atividades das pequenas e médias indústrias. Estima-se que o impacto no PIB do estado do Rio de Janeiro estaria em torno de R$ 123 milhões.
Ainda segundo estudo da Firjan, cerca de 67% das exportações para o mercado no norte-americano estão entre os produtos listados como exceções à tarifa, destacadamente a cadeia de óleos de petróleo. Além disso, 31% permanecem submetidas às tarifas específicas previstas para produtos do setor de Aço, Alumínio e Automotivo.
Nesse contexto, a Firjan reforça a importância da mobilização de entes públicos e privados para formulação de iniciativas de apoio às empresas afetadas, de forma que seja possível mitigar os impactos em receita e arrecadação, mas, principalmente, proteger postos de trabalho.
Por fim, a Firjan reitera seu posicionamento pela intensificação da atuação diplomática e paradiplomática em diversos níveis para construção de uma solução negociada e célere para mitigação dos impactos econômicos e sociais das novas tarifas anunciadas.