
Vice-presidente da Firjan CIRJ, Carlos Fernando Gross destacou a importância de modernizar o setor elétrico para as demandas da indústriaFoto: Paula Johas
A Firjan participou nesta quinta-feira (1/6) da primeira edição do Fórum Brasileiro de Líderes em Energia, que reuniu no Rio de Janeiro agentes públicos, executivos dos principais players, empresas e associações do setor elétrico brasileiro. Na abertura do evento, o 1º vice-presidente da Firjan CIRJ, Carlos Fernando Gross, destacou a necessidade de modernizar o setor elétrico, para o aumento da competitividade dos segmentos produtivos. Segundo ele, o projeto de lei 414/2021, em tramitação no Congresso Nacional, é o ponto de partida para o desenvolvimento do setor e atração de novos investimentos.
Gross, porém, destacou que um dos fatores que eleva o custo da energia elétrica no estado do Rio de Janeiro refere-se a perdas não técnicas de energia, em regiões sob o domínio do tráfico ou da milícia, o que custa cerca de R$ 1,2 bilhão anuais aos consumidores e às empresas de energia do estado. Por outro lado, o Rio de Janeiro paga ao ano mais de R$ 1,6 bilhão a mais do que recebe de retorno em benefícios da CDE, a conta de desenvolvimento energético.
“Esse valor precisa ser utilizado para amenizar o custo da energia do consumidor fluminense considerando o próprio conceitual da CDE, que inclui remunerar programas do governo e garantir a modicidade tarifária”, disse o vice-presidente.
Gross também trouxe para o debate a questão da qualidade de energia no estado do Rio, que não acompanha os investimentos em modernização e novas tecnologias feitos pelas empresas fluminenses. “Não podemos ter oscilações ou paradas no fornecimento, sequer de minutos, porque é um fator que impacta a competitividade das empresas”, afirmou, destacando também a necessidade de debater a questão do equilíbrio financeiro das concessionárias de energia, “assunto que preocupa particularmente o Rio de Janeiro”.
Já o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia (MME), Efrain Cruz, afirmou que o momento é propício para reorganizar o setor, por meio de um grande acordo envolvendo todas as partes interessadas no tema. Segundo ele, o governo trabalha para a retomada da indústria nacional por meio do uso do gás natural, o programa “Gás para Empregar”, na tentativa de reduzir o custo dos atuais US$ 14 por milhão de BTU (a unidade internacional do gás) para algo entre US$ 6 e US$ 8 por milhão de BTU.
Também participaram da abertura do evento, o governador Cláudio Castro, que defendeu a melhoria na infraestrutura no estado para o setor energético; o presidente do FASE - Fórum das Associações do Setor Elétrico, Mario Menel; o diretor-geral da ANEEL, Sandoval Feitosa; o CEO do Fórum Brasileiro de Líderes em Energia, Marcelo Moraes.