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Enaex 2025 debate reindustrialização, competitividade do Brasil no comércio exterior e reforma tributária

Ricardo Keiper (GE Aerospace), Ronaldo Feltrin (Receita Federal), José Augusto de Castro (AEB) e Márcio Fortes (Firjan)

Ricardo Keiper (GE Aerospace), Ronaldo Feltrin (Receita Federal), José Augusto de Castro (AEB) e Márcio Fortes (Firjan)Foto: Paula Johas

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Publicado em 12/11/2025 18:09  -  Atualizado em  12/11/2025 19:09

O maior e mais tradicional evento de comércio exterior do Brasil, o Encontro Nacional de Comércio Exterior (Enaex), chegou à sua 43ª edição reunindo representantes do governo, especialistas e empresários para discutir os rumos da inserção competitiva e sustentável do país no mercado internacional. Realizado pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), nos dias 12 e 13/11, no Expo Rio Cidade Nova, o evento, com patrocínio da Firjan, reafirma seu papel como principal fórum de diálogo entre o setor produtivo e o poder público na busca de soluções para os desafios enfrentados por exportadores e importadores.

Nesta edição, o Enaex destacou o tema “Produtividade na Indústria e Competitividade no Comércio Exterior”, enfatizando a necessidade de políticas industriais e logísticas integradas para impulsionar a retomada econômica e ampliar a presença do Brasil nas cadeias globais de valor. Na abertura, o presidente executivo da AEB, José Augusto de Castro, destacou que o Enaex “se consolida como um espaço estratégico para propor políticas de Estado que tornem o Brasil mais competitivo e sustentável no comércio global”.

Também participaram da mesa de abertura: Márcio Fortes, diretor de Relações Institucionais da Firjan, representando o presidente Luiz Césio Caetano; Catarina Carneiro da Silva, gerente executiva de Análise, Desenvolvimento Econômico e Estatístico da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC); José Luís Pinho Leite Gordon, diretor do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); Priscila Sakalem, secretária de Transportes e Mobilidade do Estado do Rio de Janeiro; e Bruno Costa, subsecretário de Relações Internacionais do Estado do Rio de Janeiro.

“Reindustrializar para gerar produtividade na indústria e competitividade no comércio exterior. Temos esse compromisso estratégico com o estado do Rio de Janeiro”, sentenciou Marcio Fortes, apresentando dados de que a corrente de comércio fluminense entre janeiro e outubro de 2025 alcançou cerca de US$ 70 bilhões, evidenciando a relevância do setor para a economia regional.

Em sua fala também mencionou as “Propostas Firjan para um Brasil 4.0”, documento com 62 medidas para modernizar a indústria nacional dentro do programa federal Nova Indústria Brasil (NIB). Diversas dessas propostas se relacionam diretamente ao comércio exterior — entre elas, a defesa da reforma tributária, que busca reduzir a cumulatividade de impostos e aumentar a competitividade das exportações, e a implantação do Portal Único de Comércio Exterior, que tem simplificado e desburocratizado as operações internacionais.

Confira abaixo a íntegra do primeiro dia do evento:

Na sequência, Catarina Carneiro afirmou que “o comércio exterior é essencial não apenas para abrir fronteiras, mas também para impulsionar o desenvolvimento da sociedade como um todo”.

Gordon, por sua vez, ressaltou que o BNDES está retomando seu papel de apoio à exportação. “Essa área havia sido praticamente desativada, mas foi reconstruída com o olhar da Nova Indústria Brasil. Só neste ano, o volume de apoio à exportação cresceu 170% em relação à média dos quatro anos anteriores. Isso mostra que o país voltou a ter uma política industrial ativa, voltada para fortalecer sua base produtiva e ampliar a presença brasileira no mercado internacional.”

Posteriormente, Priscila Sakalem destacou a importância da infraestrutura logística como ferramenta de competitividade: “Reindustrializar o Brasil é mais do que recuperar a capacidade produtiva. É reconstruir as bases da nossa economia. Uma indústria forte gera renda, desenvolve localidades e torna o país mais competitivo. O Rio de Janeiro, por exemplo, já avança com o Corredor Azul, iniciativa que prevê 15 postos de abastecimento elétrico para caminhões entre Rio e São Paulo, dentro da agenda ESG”.

Bruno Costa reforçou o papel dos governos estaduais na execução das políticas nacionais de comércio exterior: “O comércio exterior não é apenas tarifa ou subsídio. É logística, produção, emprego e renda. Estados e municípios têm papel crucial para apoiar pequenos e médios empresários, promovendo capacitação e integração com as políticas federais. É preciso mostrar que todos podem exportar”, disse.

O primeiro painel “Reforma Tributária: um novo cenário para o comércio exterior brasileiro – desafios e perspectivas” foi um dos pontos altos do Enaex 2025, reunindo especialistas do setor público e privado para discutir os impactos das mudanças no sistema tributário sobre a competitividade das exportações nacionais.

Márcio Fortes, moderador do painel, destacou que a simplificação tributária é essencial para destravar o ambiente de negócios no país. “O Brasil ainda enfrenta uma das maiores complexidades fiscais do mundo. A reforma precisa tornar o sistema mais racional, com menos custos e mais previsibilidade para o setor produtivo”, afirmou.

Renato Agostinho, diretor do Departamento de Operações de Comércio Exterior (DECEX), apresentou um panorama sobre os principais pontos da reforma e seus efeitos esperados. Segundo ele, estudos indicam que, em até 15 anos após a implementação do novo modelo de Imposto sobre Valor Agregado (IVA), o Brasil poderá registrar aumento de 12% no PIB, crescimento de 14% nos investimentos e expansão de 17% nas exportações.

“O novo sistema deve reduzir distorções e eliminar resquícios tributários que hoje encarecem os produtos brasileiros no exterior. Isso significa um comércio mais competitivo e transparente”, explicou.

Para Mário Sérgio Denis, diretor de Economia da CNI, a reforma tributária representa um “divisor de águas” para a indústria nacional. Ele alertou, no entanto, que o sucesso dependerá da aplicação efetiva das regras e da segurança jurídica. “A manutenção da carga tributária global é essencial, mas precisamos garantir que a simplificação não gere novos custos ocultos ou perda de competitividade”, pontuou.

O advogado Breno Console, sócio do escritório Martinelli Advogados, reforçou que o fim da cumulatividade tributária e da chamada “guerra fiscal” entre estados é fundamental para reduzir o custo Brasil. “Hoje, cada estado cria incentivos próprios, muitas vezes favorecendo importações em detrimento da produção nacional. Com a tributação no destino e o fundo de compensação federativo, teremos um ambiente mais justo e produtivo”, afirmou.

Os debatedores foram unânimes em reconhecer que a reforma trará ganhos diretos ao comércio exterior, ao eliminar distorções e simplificar procedimentos. “A desoneração completa das exportações, agora de forma efetiva, é um passo decisivo para a competitividade global do país”, destacou Dayane Lima, coordenadora do Comitê Técnico Tributário da AEB.

O evento também contou com a homenagem à Superintendência da 7ª Região Fiscal da Receita Federal do Brasil entregue pela AEB, Firjan e GE Aerospace, em reconhecimento à eficiência, competência e agilidade na implantação de novos sistemas e tecnologias operacionais voltadas ao comércio exterior. A placa comemorativa foi entregue ao superintendente adjunto Ronaldo Feltrin.

“A Firjan está comprometida com o desenvolvimento do comércio exterior do nosso estado e com a reindustrialização do Brasil. Somente com uma indústria forte poderemos competir de forma sustentável no cenário global”, disse Marcio Fortes. 

Ainda no primeiro dia de evento, à tarde, na Arena 1, ocorreu a palestra "Made In Rio: Jornada de internacionalização de empresas fluminenses e acesso à mercados internacionais", com os analistas de Comércio Exterior da Firjan Internacional, Ana Carolina Vieira de Oliveira e Lucas Peron.

Leia também: No Enaex 2025, Firjan leva ações e serviços para as empresas fluminenses que atuam no comércio exterior

 
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