A Região Leste Fluminense é a segunda no estado, após a Capital, que mais concentra empresas atuantes no comércio exterior. Niterói figura entre os municípios da Região Leste que mais exportaram em 2023. Esses e outros dados estão associados à recente edição do Diagnóstico do Comércio Exterior, elaborado pela Firjan, que mostra que 9,5%, das 262 empresas participantes da pesquisa no Rio, realizam importação e exportação no Leste do estado. Os dados foram apresentados aos empresários na primeira reunião do ano do Conselho Empresarial da Firjan Leste Fluminense, em Niterói.
Na ocasião, foi apresentado o estudo lançado pela Firjan em novembro de 2023 que, em sua 7ª edição, apresenta uma análise do comércio exterior brasileiro, com ênfase nos dados do Rio de Janeiro de 2022, comparada ao ano de 2020, ano-base da edição anterior. A análise aponta questões consideradas como principais entraves para as operações de importação e exportação, no que se refere aos custos e trâmites tributários, preços do frete internacional, burocracia alfandegária, aduaneira e o fluxo aeroportuário, que afetou a eficiência logística de empresas fluminenses.
Também na reunião foi abordado o ranking estadual do comércio internacional, em que a Capital aparece com o maior índice (52,3%) de concentração de empresas que praticam atividades de importação ou exportação. O Leste Fluminense (9,5%) é a segunda região que mais possui empresas que compram ou vendem produtos do exterior. Para o presidente da Firjan Leste, Ricardo Fernando Guadagnin os resultados do estudo refletem o bom desempenho de empresas que estão ganhando espaço neste mercado. “É gratificante ver que a atuação de empresas da região impacta de forma positiva e tão relevante nos resultados de todo o estado. Seguimos aqui no acompanhamento dessas atividades e no suporte necessário para que as empresas sigam ampliando seus negócios”, destacou.
Na Região Leste, as cidades com maior corrente de comércio (soma de importação e exportação) são Niterói (69%) e São Gonçalo (20%). No que se refere à exportação, Niterói destaca-se pelas vendas de óleos brutos de petróleo ou minerais betuminosos, que representam 74% das negociações. Outro ponto que chamou a atenção foram as vendas de produtos relacionados ao setor de pescado, elevando os resultados do município de Tanguá, que aparece pela primeira vez na terceira posição do ranking das cidades que mais exportaram em 2023. A cidade registrou um aumento de 750% nas vendas de gorduras, óleos e respectivas frações de peixes ou de mamíferos marinhos, mesmo refinados, mas não quimicamente modificados.
O empresário do setor na cidade, Alexei Lopes, destaca o resultado que espelha o aumento da produção em 2023. “Ano passado batemos nosso recorde de produção, com 45 mil toneladas em matéria-prima produzida. É muito bom estar nesse cenário e esse ano vamos atuar para aumentar ainda mais nossa produção”, enfatizou.
Em importação, Niterói é responsável por 62% do mercado, e na sequência está o município de São Gonçalo, com 26%. As compras internacionais de tubos e perfis ocos representam a maior parte dos produtos importados, vindos principalmente da Europa. Dos cinco maiores fornecedores de produtos para o Leste, três são europeus, o que representa 45% do total. Já Singapura aparece entre os principais parceiros nas exportações da região.
“O destaque do Leste Fluminense no comércio do estado do Rio mostra como é importante conhecermos não somente o perfil das operações de exportação e importação da região, mas também quais são os desafios enfrentados pelos empresários em termos de entraves, e quais as oportunidades que eles podem alcançar no mercado internacional”, destaca Ana Carolina Vieira de Oliveira, analista de Comércio Exterior da Firjan.