
Carlos Tufvesson, presidente do Conselho Municipal de Moda do Rio de Janeiro, e Victor Misquey, presidente do Moda RioFoto: Vinícius Magalhães | Firjan
Um crescimento gradual das atividades, com aumento da competitividade a partir do segundo semestre de 2024, é a projeção do setor de moda fluminense. Victor Misquey, presidente do Sindicato da Indústria do Vestuário do Rio de Janeiro e Grande Rio (Moda Rio), afirmou, em 15/12, que a principal expectativa no estado é a de obter bons resultados no segmento Praia. A afirmação ocorreu durante encontro na Casa Firjan, espaço da federação que une um ambiente de inovação, educação, criatividade e tendências para ser esse ponto de encontro para a construção de futuros.
"A tendência é que os primeiros meses de 2024 registrem um menor movimento para a confecção. A melhora é aguardada a partir de junho, época que concentra o maior volume de vendas desse setor por conta de datas comemorativas. No estado do Rio, o destaque deverá continuar sendo no setor praia, que possui muita aceitação do mercado. Paralelamente, a concorrência com os grandes marketplaces estrangeiros continua sendo ponto de atenção. O sindicato, com o apoio do Juridico da Firjan, está acompanhando bem de perto a questão da tributação dessas importações”, comentou Misquey.
O estilista Carlos Tufvesson, que preside o Conselho Municipal de Moda do Rio de Janeiro, identifica uma demanda urgente para melhorar as condições de negócios em todo o estado, além de reduzir a informalidade das pequenas confecções que, regularizadas, terão melhores condições de acesso a linhas de crédito para incremento da produção. O empenho da prefeitura carioca em reconhecer a atividade econômica do setor é fundamental para voltar a ter o estado como uma referência da moda brasileira.
“O próximo ano terá muitas novidades, com um reaquecimento do setor, repercutindo na empregabilidade. Vamos começar a desenvolver projetos com a Firjan, voltados para a capacitação de mão de obra e para a facilitação de fazer negócios na cidade e no estado. Cabe ao poder público acabar com o grau de informalidade típico do setor. Há muitos formatos para essa regulamentação, como trabalho cooperativado”, afirmou Tufvesson.
No encontro de empresários e representantes de empresas associadas ao Moda Rio, Carol Fernandes, coordenadora do Lab de Tendências da Casa Firjan, apresentou um painel sobre as Macrotendências 2024-2025, enfocando o setor de vestuário, que a partir desses anos deverá enfatizar a criação de artigos com materiais sustentáveis. Outras questões citadas foram: como vamos lidar com a longevidade no campo do trabalho e como novas tecnologias irão nos ajudar a ter uma vida mais longa e saudável, tocando no ponto fundamental, que são as tecnologias vestíveis com foco em monitoramento da saúde e aumento de performance, e a questão de vestuário para lidar com o aumento das temperaturas.
“Cada vez mais se pensa em um design atemporal, buscando o fim da obsolescência programada e o reaproveitamento de roupas, o que gera menos impacto ambiental. Haverá mais automação e o uso de inteligência artificial, principalmente em funções de maior risco, enquanto muitos fabricantes começam a produzir roupas adequadas ao aquecimento global”, analisou Carol.