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Domenico De Masi lança novo livro na Casa Firjan

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Publicado em 02/05/2019 12:05  -  Atualizado em  02/05/2019 13:20

Em 2030, iremos dispor de cerca de 200 mil horas destinadas ao lazer. O trabalho ocupará não mais do que 60 mil horas. O que faremos com esse tempo livre? Estamos preparados para lidar com o ócio, considerando que nossa realidade atual é tão dominada pelo excesso de trabalho? Essas são algumas das reflexões provocadoras presentes no mais novo livro de Domenico De Masi, sociólogo italiano autor do famoso conceito de “ócio criativo”.

De Masi apresentou as proposições de sua obra “Uma simples revolução”, em 30/04, na véspera do Dia do Trabalhador, durante a palestra “Trabalho, Ócio e Criatividade”. O evento faz parte do ciclo de palestras Aquário, da Casa Firjan.

Traçando um panorama histórico da evolução do conceito de trabalho, o sociólogo recuou até a Grécia de Aristóteles, onde o ofício era visto como algo negativo e a única atividade digna de um cidadão livre era votar na Assembleia. Com a Revolução Industrial, entretanto, uma nova sociedade tem início. O trabalho é, então, reabilitado por pensadores como John Locke, Adam Smith e Karl Marx, se tornando o valor e a essência do homem na sociedade capitalista.

Finalmente, com a era pós-industrial, novos desafios se impõem ao conceito. Segundo De Masi, fatores como a globalização, a demografia, a economia e o avanço tecnológico modificarão ainda mais o mundo do trabalho. “O século 21 será marcado pela perda de inúmeros postos, por conta da Lei Moore, da evolução das nanotecnologias e da robótica. Como consequência, teremos um aumento significativo de tempo livre. Esse é o futuro que nos espera”, destacou.

Desafios

Como iremos preencher essas horas ociosas? De Masi pontuou quatro grandes acusações que pesam sobre o ócio: a tendência a algum tipo de vício ou à violência; o estímulo ao individualismo; as crises econômicas; e a criação das condições para uma guerra entre vadios e laboriosos.

Contra essas acusações, ele exaltou o potencial criativo do ócio. No entanto, ressaltou o sociólogo, será necessária uma verdadeira preparação para o tempo livre para evitar males como a depressão ou o tédio. “As escolas precisam se interessar, desde já, por isso e não somente pelo trabalho. O ócio criativo não é preguiça e sim um trabalho por meio do qual nos divertimos, borrando as fronteiras entre lazer e ofício. Para isso, a cultura e a instrução serão essenciais, porque elas dão sentido às coisas e as tornam prazerosas. E é importante lembrar que as grandes ideias surgem nos momentos de ócio”, afirmou.

O grande desafio que teremos pela frente, de acordo com o italiano, será o de redistribuir o trabalho, a riqueza, as oportunidades e o saber, através de um novo pacto social que conduza a uma sociedade menos interessada em lucros e bens materiais e mais comprometida com valores como a generosidade, a beleza e a felicidade.

 

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De Masi apresentou as proposições de sua obra “Uma simples revolução” na palestra “Trabalho, Ócio e Criatividade”, no auditório da Casa Firjan | Foto: Paula Johas

 

Um dos presentes na plateia do evento, Anderson Loreti, diretor executivo da empresa Graças Torradas, de Petrópolis, levou da palestra a importância dos momentos de pausa para o sucesso dos negócios. “O tempo livre é um desafio para o empresário. Sabemos que as atividades criativas precisam do ócio, mas na atividade produtiva e industrial, em geral, temos um ritmo mais mecânico. As empresas têm que se abrir à mudança. Pessoas ocupadas demais não têm tempo para pensar e precisamos dessa pausa, sobretudo, para inovar e prosperar”, salientou. 

Ao final da palestra, houve uma sessão de autógrafos com o lançamento do livro de De Masi. 

Acesse a programação completa da Casa Firjan.
 

 
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