Estourar a bolha e descobrir um Rio de Janeiro além do óbvio é a proposta do Diálogos Criativos, realizado pela Casa Firjan e o Grupo de Mídia do Rio de Janeiro, em 21/8. A edição especial do evento trouxe ênfase para a cidade criativa, efervescente, viva e inovadora, a partir do olhar de quem está criando e fazendo a diferença na cidade.

“No audiovisual, por exemplo, as histórias que mais fazem sucesso são as mais simples. São as que atingem diretamente o coração de quem está assistindo. Então, a gente precisa desse olhar para fora da bolha”. Foi assim que Leonardo Edde, vice-presidente da Firjan, provocou o público para outras perspectivas. “Veja o exemplo da Academia de Cinema da Rocinha. Nós temos que contribuir para capacitar as pessoas a desenvolverem essas as narrativas e a conseguirem expressar o que querem falar e contar. Não apenas tecnicamente, mas com informação, conhecimento e cultura”, refletiu Edde, também presidente do Sindicato Interestadual da Indústria Audiovisual (Sicav).

Durante todo o dia, o evento discutiu o Soft Power do Rio para além da Zona Sul, e mostrou como a criatividade, a inovação e a autenticidade das periferias e favelas estão transformando a cidade.

“A Casa Firjan tem a responsabilidade de incentivar pessoas e empresas a pensarem no futuro. O Diálogos de hoje é um casamento de conteúdo. A gente fala muito do Soft Power, do poder de influência, da cultura, das ideias, de um território, que gera oportunidades para muito além da Zona Sul” analisa Julia Zardo, gerente de Ambientes de Inovação da Firjan.

A pesquisa “O Rio além da Bolha” desvenda um pouco dessa cidade que a gente nem sempre vê e vai além dos problemas que vivemos. Antonio Jorge Pinheiro, presidente do Grupo de Mídia RJ, explicou que desenvolveu o estudo para comemorar os 52 anos da empresa, em parceria com a Casa Mundo.  “Queríamos entender o que há de inovação e criatividade, que o carioca da Zona Sul não conhece, mas que já está acontecendo. Deu um resultado maravilhoso que vamos ver hoje”.

Entre os entrevistados, 68% dos cariocas concordam que o Rio de Janeiro, por ser uma cidade com grande capacidade de influência a partir de suas ideias, cultura e valores consegue atrair novos investimentos. Outros 78% acreditam que o estilo de vida do carioca é um valor importante para a cidade. Já 77% enxergam potencial para que o Rio seja um dos principais hubs de inovação e tecnologia da América Latina. E 72% concordam que a “cultura da periferia carioca” está sendo cada vez mais valorizada e reconhecida pelas pessoas.

O trabalho foi dividido por territórios e apresentado em painéis na edição especial do Diálogos Criativos, focando em experiências que poderiam fortalecer o Rio como a potência em Soft Power apontada no estudo: Identidade Cultural, Periferia na Lente, Disposição Inovativa, Pensar Sustentável, entre outros, compuserem as discussões de um dia inteiro.

“É uma honra ver o resultado da pesquisa se transformar nesse encontro, onde muitas pessoas podem entrar em contato. Olhamos pelas costas do Cristo Redentor e vimos coisas maravilhosas. Vamos quebrar preconceitos e estereótipos. Convidamos vocês a furar a bolha. É uma conversa para inovadores, para quem tem coragem de pensar diferente. Nossos palestrantes são feras em quebrar paradigmas”, alertou Adriana Hack, CEO da Casa Mundo Pesquisa, parceira do evento.

Nomes como Diogo Augusto, líder do projeto Elas na Bayer e analista de Engajamento com Comunidades; Lucas Rodrigues, da Comunicação da Kenner; DJ Tamy; Geisa Lino, diretora da Redes da Maré; Gean Guilherme, artista digital; Leo José, gerente empreendedorismo no Centro Integrado de Estudos e Programas de Desenvolvimento Sustentável (CIEDS); Eliane Damasceno, gerente de Responsabilidade Social da Firjan SESI; Cris dos Prazeres, VP do Instituto Ser e diretora da Vai na WEB; Mariana Uchôa, diretora de Operações da DiversiGames; Marcele Oliveira, da Coalizão o Clima é de Mudança; Eduardo Nascimento, CEO da Minha Coleta; Guto Veríssimo, CMO Atmmos.io compartilharam suas experiências na construção desse Rio mais plural. Chicão Bulhões, secretário municipal de Desenvolvimento Urbano e Econômico do Rio de Janeiro e Thomaz Naves, diretor Comercial e de Marketing da Record Rio também contribuíram com debate. “Toda provocação gera Soft Power, gera diálogo e assim tudo vai crescendo e se fortalecendo”, finalizou Edde.