“Abandonar Angra 3 não é mais uma opção. O custo de desistência é praticamente igual ao custo de conclusão. E os benefícios, incomparavelmente maiores”. A avaliação taxativa é de Márcio Fortes de Almeida, assessor de Relações Institucionais da Firjan, ao defender, em nome da federação, a continuidade das obras da Usina Nuclear de Angra 3, na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (27/5), em Brasília. Angra 3 é uma bandeira histórica da Firjan, que vem lutando para o desenvolvimento de um novo projeto para a indústria nuclear.
A equipe técnica da Firjan entregou para o deputado federal Julio Lopes (PP-RJ), um documento com argumentos sobre a importância e a necessidade da continuidade das obras de Angra 3, que embasaram o pedido de audiência pública feita pelo deputado.
O objetivo do evento foi ampliar a transparência e promover o diálogo entre governo, setor produtivo e sociedade civil sobre o futuro do projeto, considerado estratégico para a segurança energética do país. Na ociasão, o parlamentar salientou que o custo da idencisão sobre o destino de Angra 3 é o pior de todos, e o programa nuclear brasileiro está todo centrado em cima dessa usina.
Confira abaixo a íntegra da participação da Firjan a partir de 1°58'44":
“Ainda que essa retomada demore, que não seja agora, que tenhamos que lutar muito, cada um hoje deu uma pequena contribuição para que a gente possa cumprir com esse compromisso que é avançar com o Brasil, com a energia, com esse projeto tão importante que muda o cenário energético brasileiro”, concluiu o deputado.
Márcio Fortes também fez questão de reforçar a importância dessa matriz energética, ao relembrar que a entrada em operação da Usina Nuclear de Angra 2, no início dos anos 2000, foi determinante para mitigar a grave crise energética e o apagão daquela época. Na ocasião, a usina contribuiu significativamente para reduzir o déficit de energia. Em 2021, acrescentou, novamente a energia nuclear cumpriu um papel essencial, ajudando a manter o fornecimento em um momento crítico.
“A energia nuclear, além de ser uma fonte limpa, garante segurança energética, estabilidade na oferta e modicidade tarifária”, enfatizou, após ressaltar que, segundo projeções, até 2034 a demanda por energia elétrica no Brasil crescerá, em média, 2,1% ao ano, tornando necessário o fortalecimento da matriz energética nacional.
Os ganhos da conclusão de Angra 3 ultrapassam a esfera energética, reforça o assessor da federação. Segundo estudo da Eletronuclear, para cada real investido em Angra 3, é gerado R$ 1,57 para o estado do Rio e R$ 2,28 para o Brasil.
De acordo com Fortes, a Firjan reitera a importância de priorizar o projeto de Angra 3 e propõe duas ações urgentes para destravar o avanço da indústria nuclear no país: a criação de um arcabouço regulatório específico para o setor, que trate da extração de urânio, da pesquisa e desenvolvimento, da produção e da fiscalização, com foco em reduzir inseguranças jurídicas e atrair investidores; e a definição de um plano estratégico nacional para o setor nuclear, com cronograma, governança e a inclusão de pequenos reatores modulares no nosso planejamento energético.
De acordo com a Firjan, cerca de 7 mil postos de trabalho diretos seriam criados na retomada da obra; a usina impulsionaria investimentos em infraestrutura em toda a região; e fortaleceria o chamado complexo nuclear, de toda a cadeia.