
Foto: Vinícius Magalhães | Firjan
Assuntos como biogás, biometano, energia renovável, materiais recicláveis, créditos de carbono, manufatura reversa, coprocessamento, fertilizante orgânico e combustível derivado de resíduo (CDR), estiveram na pauta da visita do Conselho Empresarial ESG da Firjan ao Orizon Ecoparques, nesta sexta-feira (29/8). O aterro sanitário, em São Gonçalo, é considerado exemplo em gestão de resíduos e cultura de economia circular no Leste Fluminense.
O Orizon Ecoparques subverte o conceito de aterro sanitário, migrando do modelo tradicional de lixão para uma de central de tratamento de resíduos com foco em economia circular, gestão de energia por meio de biogás e uso de biometano, fertilizantes de compostagem e coprocessamento com a geração de CDR. No estado do Rio de Janeiro a empresa opera em São Gonçalo, Itaboraí, Nova Iguaçu e Barra Mansa, além de uma unidade de coprocessamento em Magé.
O presidente da Firjan Leste, Ricardo Guadagnin, destacou que já passa da hora para que resíduos sólidos não sejam vistos como lixo, mas como recurso. “Se for bem utilizado, bem selecionado, ele gera emprego e renda, além de serem matérias-primas nobres. Resíduo sólido é recurso, gera emprego, renda e a educação do consumidor é peça-chave para uma cadeia eco-eficiente”, avaliou.
Outro ponto central, Segundo Guadagnin, é a conscientização do consumidor. “É fundamental que a população esteja educada e preparada para contribuir com a cadeia do resíduo sólido, tornando o descarte realmente eco-eficiente. Isso envolve desde a limpeza e a preparação adequada do resíduo até a reutilização, de forma seletiva”, declarou o presidente da Firjan Leste.
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Visita técnica do Conselho ESG da Firjan |
Arlon Amaral, gerente de operações da Orizon Ecoparques, argumenta que será necessário algum tempo para popularizar o novo conceito e substituir totalmente os antigos lixões. “Este é um tema que está na boca de todos e precisamos de ações conjuntas, como maior envolvimento de escolas, maior divulgação midiática e digital, parcerias com prefeituras e órgãos públicos para ampliar o alcance e a compreensão desse novo conceito sobre tratamento de lixo”, ressalta.
Para a implantação do conceito ecoparque para lixo, Amaral afirma que depende de parcerias institucional. A empresa já trabalha com a prefeitura de São Gonçalo e com outras cidades da região. “Precisamos trabalhar na área da inteligência de resíduos implementando novas ferramentas para que a equipe se especialize cada vez mais em segurança, captação de energia por biogás e destinação de resíduos”, argumenta.
Sobre o cenário técnico e ambiental, Amaral reforça que o metano é um desafio significativo: “O metano é um dos poluentes perigosos ao ar, com potencial de aquecimento global elevado; cerca de 16% das emissões de metano vêm do lixo”, diz. Ele cita a substituição de lixões e aterros controlados por aterros sanitários como um passo para reduzir emissões de gases de efeito estufa, estimando que a ação possa chegar a reduzir várias milhões de toneladas de CO2 por ano.
A visita técnica possibilita que líderes empresariais visualizem, na prática, as tecnologias aplicadas na gestão de resíduos, reforçando o papel da inovação na sustentabilidade. "O Conselho ESG estar aqui nos faz compreender que a transformação rumo à economia circular exige a união de diversos setores em uma abordagem de rede de valor", destacou Renata Menezes Rocha, assessora técnica do conselho empresarial durante a visita. Conectar diferentes segmentos do setor produtivo em torno de experiências reais fortalece a construção de uma economia mais colaborativa, eficiente e alinhada aos desafios ambientais do presente, completou.
Participaram da visita técnica representantes das empresas Enel, Merck Brasil, Autopista fluminense – Arteris, Casa da Moeda, Azza, Servec engenharia e especialistas. Além de representantes da Firjan, Firjan SENAI e Firjan Regional Leste.