
Da esq. para dir.: Mette Tangen (Consulado da Noruega), Rodrigo Santiago (Firjan) e Thomas Grønli (Innovation Norway-Brasil)Foto: João Gabriel Rothier | Firjan
O relacionamento bilateral Brasil-Noruega e as perspectivas de parcerias estratégicas entre os dois países foram tema da reunião do Conselho Empresarial de Relações Internacionais da Firjan, em 30/10. Participaram como convidados Mette Tangen, cônsul-geral da Noruega no Rio de Janeiro, e Thomas Grønli, diretor do Innovation Norway.
O presidente do Conselho, Rodrigo Santiago, exaltou a presença dos representantes noruegueses e a importância do acordo de comércio entre os blocos EFTA e Mercosul, firmado recentemente.
“Estamos também celebrando o início da operação de Bacalhau, o maior campo offshore da Noruega no Brasil. O campo possui uma projeção de investimento de US$ 25 bilhões até 2030. Demonstra a relevância dessa empresa norueguesa dentro desse mercado”, salientou Santiago, frisando que a Noruega é um grande parceiro do Brasil, do Rio e da Firjan.
A cônsul Mette Tangen explicou o papel da Innovation Norway, que é a agência oficial do governo norueguês para a promoção de negócios, inovação e investimentos internacionais. A instituição ajuda as empresas norueguesas a crescer e se conectar com parceiros locais. “Fazemos parte do que chamamos de Team Norway, que é o conjunto de instituições norueguesas que trabalham de forma coordenada para apoiar as empresas do país, promover parcerias e, em geral, fortalecer relacionamentos econômicos entre países”.
“Estamos muito felizes de finalmente ter esse acordo de comércio entre a EFTA e o Mercosul assinado. O número de empresas norueguesas com negócios no Brasil chega a 300, o que, para um país tão pequeno, é um número bem grande”, destaca a cônsul.
Ela acredita que o acordo comercial será benéfico e “uma garantia de comércio baseado em regras. Mais de 70% de tudo o que produzimos na Noruega é exportado: energia, produtos do mar, tecnologia marítima e soluções para a transição energética, entre outras”.
O acordo, que tem 1.800 páginas, e levou mais de 20 anos para ser concluído, será agora traduzido e passará por aprovação pelos parlamentos dos países. Ele abre portas para laços mais fortes entre a Europa e a América Latina. Por outro lado, os países do Mercosul terão acesso a países da EFTA, que são Noruega, Suíça, Islândia e Liechtenstein, que não são membros da União Europeia.
Já o diretor Thomas Grønli explicou que o Innovation Norway é uma instituição voltada para o suporte à projetos grandes e pequenos, startups, toda a cadeia produtiva para inovar e tem até convênios com a Finep nesse sentido.
Sobre o acordo bilateral, ele destaca o papel de “garantir igualdade em tratamento para as empresas dos dois lados, ou seja, se empresas brasileiras de serviço quiserem operar nos países do EFTA vão ser tratadas como empresas locais com os mesmos direitos”.
Thomas acredita que isso será relevante para o setor de serviços, como os marítimos, no Brasil. E também vislumbra que, com o acordo, 99% das exportações da Noruega para o Brasil vão ter as suas tarifas eliminadas no longo prazo. Isso vai atingir produtos relevantes na pauta entre os países, como salmão e fertilizantes.