Os executivos fluminenses seguem otimistas, apesar do quarto recuo consecutivo do Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI-RJ). De acordo com a última edição da pesquisa realizada pela Firjan, relativa a junho, o índice atingiu 52,6 pontos. Em março, estava em 60,1. O ICEI-RJ é formado por dois macroindicadores: das condições atuais, que desta vez foi negativo (43,5); e das expectativas, cujos resultados foram mais animadores (57,2).
A análise dos componentes indica confiança nos próximos seis meses com relação às expectativas da economia brasileira e de sua própria empresa, e cautela acerca da situação do estado do Rio. Sobre o panorama atual, entretanto, todas as métricas apontam pessimismo, tanto sobre as condições das economias brasileira e estadual quanto da própria empresa. A opinião a respeito da situação atual e da futura, específica do Rio, recebeu as piores notas.
A análise de Jovino Fernandes, presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Nova Friburgo (Sindmetal), reforça o resultado. “Muitas empresas estão reduzindo jornada de trabalho e instituindo salários proporcionais, por meio de acordo com os sindicatos dos trabalhadores para evitar o desemprego. É uma atitude para lidar com o momento atual, porque já percebemos os primeiros sinais de aquecimento”, afirma. De positivo, Fernandes cita o avanço da reforma da Previdência e a melhoria dos negócios entre associados, mas ainda é preciso consolidar essa retomada, acrescenta ele.
Julia Pestana, analista de Estudos Econômicos da Firjan, atribui a queda no nível de confiança do empresário aos resultados tímidos da economia brasileira no primeiro semestre, aquém do esperado, e também à incerteza na economia brasileira, em função do processo de aprovação da reforma da Previdência.
Relativamente ao Rio, Julia lembra que o estado foi um dos mais impactados pela crise econômica, especialmente devido à questão fiscal. Nesse sentido, se a reforma da Previdência incluir estados e municípios, o cenário poderá ser impactado positivamente. “Diante da fraca atividade econômica e do grau de ociosidade elevado, os industriais não planejam ainda novas contratações nem investimentos. Vivemos um processo que vai evoluir à medida que venham bons resultados consecutivos”, afirma.
Por fim, Julia lembra que a projeção da Firjan para o PIB do Rio deste ano é positiva: elevação de 1,6%, com reformas, ou de 1%, sem reformas, para o estado do Rio e, respectivamente, de 1,4% ou 0,8% para o Brasil. “Se comparar com o início do ano, a nossa projeção para o desempenho da economia também é menor. Revimos a expectativa, mas continuamos esperando crescimento”, ressalta ela.
Saiba mais em: Firjan revisa projecao de PIB do Rio para 1,6% em 2019
Acesse a pesquisa na íntegra